A precipitação média espacial, acumulada durante o período chuvoso de 01 de outubro a 31 de março de 2019, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as sub-bacias de captação do Sistema Cantareira (7 pluviômetros do DAEE/ SAISP [1] e 26 pluviômetros em operação do CEMADEN), foi de 1052 mm (1054¹mm), o que representa 93% (93%¹) da média climatológica do período chuvoso, compreendido entre outubro a março (1133 mm) (Figura 1). Para o mês de março de 2019, a precipitação média espacial foi de 170 mm (166¹mm), o que representa 95% (93%¹) da média climatológica para este mês (180 mm).
[1] DAEE / SAISP: Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo / Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo.
A vazão média afluente ao Sistema Cantareira (Sistema Equivalente + Paiva Castro) de 01 de outubro a 31 de março de 2019, de acordo com dados da SABESP[2] e da ANA[3] foi de 35 m3/s (Figura 2), 70% da vazão média para a estação chuvosa (50 m3/s). Para o mesmo período, a vazão média de extração total foi de 27,4 m³/s (Figura 3) e a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 5,9 m³/s.
[2] SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo/Situação dos Mananciais.
[3] ANA: Agência Nacional de Águas.
Para o mês de março de 2019, a vazão média afluente foi 50,8 m3/s, o que representa 84% da vazão média mensal histórica (60 m3/s). Para o mesmo período, a extração média de água do Sistema Cantareira para o sistema elevatório Santa Inês (Qesi), que abastece a cidade de São Paulo, foi de 25,0 m3/s, e a vazão de jusante (Qjus) que contribui com a bacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (bacia PCJ) foi de 1,6 m³/s. Juntas, estas duas vazões representam a extração total do sistema Cantareira, que foi de 26,6 m³/s. Ainda no mês de março, a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 5,4 m³/s.
O período de transição para a estação seca já se iniciou, o que se manifesta, entre outros aspectos, através dos escassos valores de chuva observados nos últimos 5-7 dias. As previsões baseadas no modelo numérico GFS/NOAA[4] indicam que nos próximos 10 dias há previsão de chuva, principalmente em a partir do dia 5-6 de abril. Os totais pluviométricos acumulados estarão, muito provavelmente, próximos aos valores médios históricos (Figura 2), os quais tendem a decrescer gradativamente nesta época do ano. A Figura 3 mostra as previsões (tendência) de chuva para a segunda semana, onde, na bacia do Cantareira, os volumes pluviométricos previstos permanecem próximos à média histórica.
[4] GFS/NOAA: Global Forecast System/ National Oceanic and Atmospheric Administration
A Figura 4 apresenta, além das vazões médias mensais observadas, as projeções de vazão média mensal afluente (em m³/s), usando a média dos membros de previsão de vazão para o período 01 a 10 de abril de 2019, e cenários de precipitação para o período de 11 de abril a 30 de setembro de 2019. Foram considerados cinco diferentes cenários de precipitação: média climatológica, 25% acima da média climatológica, 25% e 50% abaixo da média climatológica e um cenário crítico de precipitações iguais às ocorridas entre 11 de abril a 30 de setembro de 2018. As simulações indicam que, considerando um cenário de chuva na média histórica, a vazão média no período de abril a setembro de 2019 seria 22,6 m3/s, o que representa 73% da média histórica desse período (31 m3/s).
Da análise da evolução hipotética das chuvas utilizando: a previsão e as projeções de vazões; vazão de extração para a estação elevatória Santa Inês (Q esi) de acordo com as regras condicionais estabelecidas pela resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925; vazão defluente (Q jusante) para as bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) igual à média praticada nos anos 2014 a 2016, para as estações seca e chuvosa; e aporte de interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, cuja vazão média é 5,13 m³/s, para os períodos em que a simulação indique condição de armazenamento abaixo de 60% da capacidade do reservatório, de acordo com as regras estabelecidas pela Resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925 e Resolução ANA Nº 1.931, no cenário de precipitações pluviométricas na média climatológica, o reservatório estaria em 30 de setembro de 2019 com 454 hm³, correspondente a 46% de sua capacidade (Figura 5). Na simulação sem a interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, o reservatório estaria com aproximadamente 372 hm³ (38% da capacidade).