SUMÁRIO
SUMÁRIO
De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de dezembro, verifica-se a intensificação das condições de seca, principalmente na região semiárida do País. A Bahia é o estado que concentra o maior número de municípios com condições de secas extrema e excepcional (98 e 13 municípios, respectivamente). Em termos da duração de seca, contabilizada pelo Índice Padronizado de Precipitação (SPI), nota-se duração superior a 6 meses consecutivos, em áreas da região Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, destacam-se os reservatórios do Sistema Cantareira, operando, em 31 de dezembro de 2019, com aproximadamente 40,4% da sua reserva hídrica; das UHEs de Serra da Mesa e de Três Marias, apresentando aproximadamente 9,3% e 57,1% do seu volume útil armazenado, respectivamente; Epitácio Pessoa/Boqueirão, com cerca de 15,1% do seu volume útil armazenado e Castanhão, maior reservatório (açude) do Nordeste, com um volume armazenado de apenas 2,8% de sua capacidade total.
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens em estabelecimentos rurais, por meio do índice VSWI, os estados da Bahia e Pernambuco, são os que apresentaram os maiores números de propriedades e municípios com mais de 75% de área impactada.
O mapa de risco de seca para a agricultura familiar, elaborado a partir das variáveis físicas de ameaça de seca (precipitação, umidade do solo e índice de vigor vegetativo) combinadas com informações sobre as vulnerabilidade e capacidades locais da agricultura familiar, mostra que para o mês de dezembro, a maior parte dos municípios classificados com risco alto e muito alto, estão localizados principalmente na região central do estado da Bahia e sul do Piauí. Ressalta-se que os municípios dessa região se encontram na fase crítica para o desenvolvimento das principais culturas, e, em razão do estresse hídrico observado nas últimas semanas, a produção agrícola pode ser impactada, colocando em risco a segurança alimentar dos estabelecimentos de agricultura familiar destas regiões.
Recomenda-se um estado de atenção para os estados do centro e sul do semiárido, onde a estação de chuvas (novembro a fevereiro) está terminando e o IIS indica um padrão de seca moderada a extrema. Muito embora nas próximas duas semanas (entre os dias 20 e 30 de janeiro) está previsto um incremento das chuvas nestas regiões. Os acumulados mais significativos devem se concentrar na Bahia. Para o restante do país, deverá ocorrer uma diminuição nas precipitações nas próximas duas semanas. Na escala subsazonal (fim de janeiro a início de fevereiro) há indicações de continuidade de condições favoráveis para as chuvas no semiárido.
ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS) – BRASIL
Índice Integrado de Seca (IIS) e duração de eventos de seca para o Brasil referente ao mês de Dezembro de 2019.
Saiba mais sobre o Índice Integrado de Seca (IIS)
Saiba mais sobre o Índice Integrado de Seca (IIS)
O Índice Integrado de Seca (IIS) consiste na combinação do Índice de Precipitação Padronizada (SPI) com o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI) ou com o Índice de Saúde da Vegetação (VHI), ambos estimados por sensoriamento remoto. Para integrar o IIS, o SPI é calculado a partir de dados observacionais de precipitação disponíveis no CEMADEN, no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centros Estaduais de Meteorologia. O cálculo do SPI é baseado na formulação proposta por Mckee et al. (1993), considerando as escalas de 3, 6 e 12 meses, obtendo-se o produto final na resolução espacial de 5km. O IIS possui as seguintes classes: condição normal (6), seca fraca (5), seca moderada (4), seca severa (3), seca extrema (2) e seca excepcional (1).
MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
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Impactos da Seca Hidrológica – Reservatório Epitácio Pessoa (Boqueirão)
Projeções de armazenamento (em %) para o reservatório Epitácio Pessoa/Boqueirão (linhas tracejadas) considerando os cenários de precipitação: na média climatológica (roxo); 25% abaixo da média climatológica (vermelho); e na média climatológica considerando o aporte da transposição do rio São Francisco (verde). A linha preta espessa representa o volume observado diário, de acordo com o Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR/ANA). A linha azul horizontal representa o nível mínimo de armazenamento em que a captação de água pode ser realizada por gravidade.
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Impactos da Seca Hidrológica – Reservatório Castanhão
Projeções de armazenamento (em %) para o reservatório Castanhão (linhas tracejadas), considerando os cenários de precipitação: na média climatológica (roxo) e 25% abaixo da média climatológica (vermelho). A linha preta espessa representa o volume observado diário, de acordo com o Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR/ANA).
MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
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Estimativa das Áreas Agroprodutivas com Condição de Estresse Hídrico
Mapa de Índice da Saúde da Vegetação (VHI) no Brasil para dezembro e gráfico das áreas impactadas pela seca (áreas com VHI < 30).
Saiba mais sobre o Índice de Saúde da Vegetação (VHI)
Saiba mais sobre o Índice de Saúde da Vegetação (VHI)
O Índice de Saúde da Vegetação (VHI) da NOAA/NESDIS é calculado a partir de dados do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês) e temperatura de brilho, devidamente calibrados e filtrados, resultando da composição de dois sub-índices, o VCI (Vegetation Condition Index) e o TCI (Temperature Condition Index). O NDVI e a temperatura de brilho apresentam dois sinais ambientais distintos, o de resposta lenta do estado da vegetação (clima, solo, tipo de vegetação) e o de resposta mais rápida relacionado com a alteração das condições atmosféricas (precipitação, temperatura, vento, umidade). Este índice permite identificar o início/fim, área afetada, intensidade e duração da seca e sua relação com os eventuais impactos.
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Índice Integrado de Seca (IIS)
FAÇA O DOWNLOAD DADO DO IIS
Índice Integrado de Seca referente ao mês de dezembro de 2019.
A avaliação do IIS para o mês de dezembro em relação ao mês anterior (novembro):
- Seca Fraca:redução de 407 para 341 municípios.
- Seca Moderada:aumento de 478 para 784 municípios.
- Seca Severa:aumento de 33 para 89 municípios.
- Seca Extrema:aumento de 37 para 133 municípios.
- Seca Excepcional:aumento de 1 para 18 município.
- AL
- SE
- MA
- CE
- RN
- PE
- PB
- BA
- ES
- MG
- PI
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Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município
Municípios com pelo menos 50% de área impactada pela seca (considerando apenas as áreas de pastagens e agrícolas) de acordo com o VSWI, referente ao mês de dezembro de 2019.
Saiba mais sobre o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI)
Saiba mais sobre o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI)
O VSWI é calculado a partir do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês) e da temperatura da superfície, ambos do sensor MODIS a bordo dos satélites Terra e Aqua, disponibilizadas pelo Earth Observing System (EOS/NASA), com resolução espacial de 250m e 1km. O VSWI indica condição de seca quando o valor do NDVI é baixo (baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (estresse hídrico). Portanto, o índice é inversamente proporcional ao conteúdo de umidade do solo e fornece uma indicação indireta do suprimento de água para a vegetação.
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Levantamento de propriedades rurais localizadas nos municípios com mais de 75% de área em condição de seca
Distribuição dos tipos de propriedades rurais possivelmente impactadas pela seca por estado, dos municípios com mais de 75% de área em condição de seca.
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Água disponível no solo – Média por microrregiões em dezembro de 2019
Água disponível do solo referente ao mês de dezembro de 2019.
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Risco de Seca na Agricultura Familiar
O mapa de risco de seca para a agricultura familiar referente ao mês de dezembro mostra municípios classificados com risco alto e muito alto, localizados principalmente na região central do estado da Bahia e sul do Piauí. Ressalta-se que tais municípios se encontram na fase crítica para o desenvolvimento das principais culturas e, em razão do estresse hídrico observado nas últimas semanas, a produção agrícola pode ser impactada. Para mais detalhes, consulte o relatório na íntegra: http://www2.cemaden.gov.br/risco-de-seca-na-agricultura-familiar-dezembro2019/.
PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
Na escala climática sazonal não temos El Niño nem La Niña. A maior parte dos modelos dinâmicos e estatísticos preveem a manutenção deste estado de neutralidade ao menos até o outono de 2020. As previsões sazonais multi-modelo de chuva do International Research Institute e do CPTEC/INMET/FUNCEME (ambas produzidas em dezembro/2019), apresentam previsões contraditórias para o trimestre Janeiro-Fevereiro-Março de 2020. As primeiras (IRI) indicam chuvas acima da média para o início da quadra chuvosa do norte do Nordeste e chuvas abaixo da média no sul da Região Sul. As previsões do CPTEC/INMET/FUNCEME indicam um panorama exatamente oposto. Portanto, a incerteza em relação a esta edição da previsão sazonal é elevada. Recomenda-se um estado de atenção para os estados do centro e sul do semiárido, onde a estação de chuvas (novembro a fevereiro) está terminando e o IIS indica um padrão de seca moderada a extrema. Muito embora nas próximas duas semanas esteja previsto um incremento das chuvas nestas regiões. Os acumulados mais significativos devem se concentrar na Bahia. Para o restante do país, deverá ocorrer uma diminuição nas precipitações nas próximas duas semanas. Na escala subsazonal (fim de janeiro a início de fevereiro) há indicações de continuidade de condições favoráveis para as chuvas no semiárido.