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Cemaden instala equipamentos de monitoramento e prevenção de riscos de deslizamentos na região paulista do Grande ABC

Instalação de Plataforma de Coleta de Dados (PCD Geo) na EE Jardim Zaíra VIII, Bairro Jardim Zaíra em Mauá (Foto: Daniel Metodiev/Cemaden).

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do projeto RedeGeo, realizou trabalho de campo para instalação de plataformas de coleta de dados (PCD) geotécnicas na região do ABC Paulista. Foram instaladas 15 Plataformas de Coleta de Dados Geotécnicas (PCDs Geo), entre os dias 28 de junho e 23 de julho, em seis municípios do Grande ABC, para realizar o monitoramento do nível de chuva e umidade do solo, nas áreas de risco de deslizamentos em encostas urbanas.

 As PCDs geotécnicas na região do Grande ABC foram instaladas da seguinte forma: seis equipamentos em Mauá; três em Santo André, três em São Bernardo do Campo; um equipamento em cada um dos municípios de Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Entre os critérios escolhidos para a distribuição das PCDs Geo  estão: o histórico de ocorrências registradas, obtenção de autorizações para instalação, distribuição espacial da cobertura da rede de monitoramento, dentre outros aspectos técnicos relacionados à cobertura de sinal de telefonia celular e acessibilidade.

Os trabalhos de instalação estiveram sob responsabilidade dos pesquisadores e geólogos do Cemaden, Daniel Metodiev e de Márcio Andrade, um dos coordenadores do projeto RedeGeo.

O projeto RedeGeo é uma estratégia nacional de monitoramento, em tempo real, de fatores ambientais desencadeadores de desastres naturais, cuja meta é ampliar e manter a rede observacional geotécnica para aperfeiçoar a precisão dos alertas de movimento de massa.

Durante todas as etapas do processo de instalação das PCDs Geo – desde o levantamento inicial de pontos até a finalização da instalação dos equipamentos –  o  Cemaden contou com o apoio das Defesas Civis de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André e São Bernardo do Campo, municípios que compõem a região do Grande ABC. Esses municípios apresentam mapeamento de risco do Instituto Geológico do Estado de São Paulo (IG) com áreas classificadas com risco alto (R3) e muito alto (R4) para a movimentação de massa. Por meio do apoio das Defesas Civis Municipais e também da Defesa Civil do Estado de São Paulo, o Cemaden obteve as autorizações de cessão de uso do espaço, que permitiram a instalação das PCDs geotécnicas em  espaços  municipais e estaduais.

Importância do monitoramento geológico para a região do Grande ABC

A região do Grande ABC possui amplo histórico de ocorrências de movimentos de massa, concentrando grande parte também dos óbitos decorrentes desse tipo de evento. Dados do sistema de indicadores relacionados a desastres geodinâmicos, desenvolvido pelo IG e constantes do Relatório de Qualidade Ambiental 2020 (https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/cpla/2021/03/relatorio-de-qualidade-ambiental-2020/), mostram que a região do Alto Tietê, da qual os municípios do ABC são integrantes, respondeu no período de 1999 a 2018 por 10.644 ocorrências, representando 76% do total de acidentes geológicos do Estado de São Paulo. Santo André foi o município que apresentou o maior número de acidentes geológicos nesse período, respondendo por 26% do total de eventos desse tipo registrados no estado.

Projeto RedeGeo do Cemaden/MCTI

O projeto RedeGeo é uma estratégia nacional de monitoramento, em tempo real, de fatores ambientais desencadeadores de desastres naturais, cuja meta é ampliar e manter a rede observacional geotécnica para aperfeiçoar a precisão dos alertas de movimento de massa.

Por meio desse projeto, já foi possível a instrumentação de áreas do País com grande incidência de ocorrências de movimento de massa, como Blumenau (SC), Baixada Santista (SP), região metropolitana do Recife (PE) e Salvador (BA), num total de 21 municípios brasileiros beneficiados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Essa etapa de instrumentação envolve a identificação de locais representativos para monitoramento, nos quais são instaladas plataformas de coleta de dados (PCDs) geotécnicas, que possibilitam o estabelecimento de correlação entre a quantidade de chuva e a umidade do solo, uma vez que esses equipamentos são compostos por pluviômetro automático e por sensores geotécnicos.

Sobre o acesso aos dados

Os dados das PCDs geotécnicas já instaladas podem ser acessados em tempo, praticamente, real por meio do Mapa Interativo do Cemaden, acessível por meio do link: http://www2.cemaden.gov.br/mapainterativo/ .

Fonte: Ascom/Cemaden

 

 

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