SUMÁRIO (clique aqui)
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Em relação ao mês de outubro, o Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de novembro, aponta a intensificação da seca principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. O estado do Mato Grosso é aquele de maior atenção em relação à seca, uma vez que grande parte dos municípios do interior foram categorizados com condição de seca extrema e excepcional. Em relação à duração da seca, o IIS-6 indica duração superior a seis meses nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), 358 municípios da Região Nordeste apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de novembro, sendo a maior parte destes localizados nos estados do Piauí, Bahia e Maranhão. Na Região Norte, 105 municípios apresentaram mais do que 40% de suas áreas de uso impactadas, a maior parte destes localizados nos estados do Pará, Tocantins, Rondônia e Acre. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul estes números foram de 358, 625 e 729 municípios, respectivamente.
A condição atual no Oceano Pacífico segue refletindo um cenário de La Niña, que deve permanecer durante o verão austral (Janeiro-Fevereiro-Março de 2021). A La Niña atua no sentido de favorecer déficit de chuva na Região Sul e no sul do Brasil-Central, incluindo a porção sudoeste de SP. As previsões sazonais multimodelo de chuva do International Research Institute e do CPTEC/INMET/FUNCEME (ambas produzidas em novembro/2020) concordam em prever condições desfavoráveis para chuva nestas regiões (principalmente Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo e Paraná), durante dezembro-janeiro-fevereiro de 2020-2021 (DJF/2020). As previsões subsazonais (3 e 4 semanas) indicam um cenário desfavorável para a precipitação nas regiões Centro-Oeste e Sudeste até final de dezembro/2020, após o qual há chances para um período favorável no início de janeiro/2020. Na região sul, as previsões indicam um cenário de chuvas dentro da média.
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS) PARA O BRASIL: NOVEMBRO/2020
Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de novembro de 2020 nas escalas: a) 3 meses (IIS-3, esquerda) e b) 6 meses (IIS-6, direita).
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Saiba mais sobre o Índice Integrado de Seca (IIS)
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O Índice Integrado de Seca (IIS) consiste na combinação do Índice de Precipitação Padronizada (SPI) com o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI) ou com o Índice de Saúde da Vegetação (VHI), ambos estimados por sensoriamento remoto. Para integrar o IIS, o SPI é calculado a partir de dados observacionais de precipitação disponíveis no CEMADEN, no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centros Estaduais de Meteorologia. O cálculo do SPI é baseado na formulação proposta por Mckee et al. (1993), considerando as escalas de 3, 6 e 12 meses, obtendo-se o produto final na resolução espacial de 5km. O IIS possui as seguintes classes: condição normal (6), seca fraca (5), seca moderada (4), seca severa (3), seca extrema (2) e seca excepcional (1).
B. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Mapa de Índice da Saúde da Vegetação (VHI) para o Brasil referente ao mês de Novembro e gráfico das áreas impactadas pela seca por região (áreas com VHI < 30)
Saiba mais sobre o Índice de Saúde da Vegetação (VHI)
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O Índice de Saúde da Vegetação (VHI) da NOAA/NESDIS é calculado a partir de dados do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês) e temperatura de brilho, devidamente calibrados e filtrados, resultando da composição de dois sub-índices, o VCI (Vegetation Condition Index) e o TCI (Temperature Condition Index). O NDVI e a temperatura de brilho apresentam dois sinais ambientais distintos, o de resposta lenta do estado da vegetação (clima, solo, tipo de vegetação) e o de resposta mais rápida relacionado com a alteração das condições atmosféricas (precipitação, temperatura, vento, umidade). Este índice permite identificar o início/fim, área afetada, intensidade e duração da seca e sua relação com os eventuais impactos.
C. MONITORAMENTO DA UMIDADE DO SOLO
Perdas na produtividade agrícola podem ocorrer devido a períodos prolongados de seca e valores baixos de água disponível no solo, especificamente valores abaixo de 40%, representados no mapa pelas cores vermelho, laranja e amarelo. O mapa mostra a fração de água no solo em relação à média histórica. Os dados são derivados do satélite Grace (NASA), que estima a quantidade de água em uma camada de 1 m de solo a partir de perturbações na gravidade causadas pela presença da umidade. Esse produto tem resolução espacial de aproximadamente 50 km, gerados 4 vezes por mês. Os resultados mostrados aqui representam a média dos resultados divulgados para novembro.
O percentual de água disponível no solo para o mês de novembro de 2020 é mostrado na Figura abaixo. Os estados mais afetados com baixos valores de água no solo são Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rondônia e Acre. Adicionalmente, partes do Mato Grosso, Pará e Amazonas também apresentaram baixos níveis.
D. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA NA REGIÃO NORDESTE
Índice Integrado de Seca (IIS): Novembro/2020
Avaliação do IIS para o mês de novembro em comparação com o mês de outubro:
- Seca Fraca: Redução de 762 para 270 municípios.
- Seca Moderada: Redução de 326 para 52 municípios.
- Seca Severa: Redução de 7 para 1 municípios.
- Seca Extrema: Redução de 26 para 0 município.
- Seca Excepcional: 0 município.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Novembro/2020
E. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA NA REGIÃO NORTE
Índice Integrado de Seca (IIS): Novembro/2020
Avaliação do IIS para o mês de novembro em comparação com o mês de outubro:
- Seca Fraca: Redução de 162 para 96 municípios.
- Seca Moderada: Redução de 97 para 70 municípios.
- Seca Severa: Mantem-se 46 município.
- Seca Extrema: 1 município.
- Seca Excepcional: 0 município.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Novembro/2020
F. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA NA REGIÃO CENTRO-OESTE
Índice Integrado de Seca (IIS): Novembro/2020
Avaliação do IIS para o mês de novembro em comparação com o mês de outubro:
- Seca Fraca: Redução de 174 para 126 municípios.
- Seca Moderada: Redução de 145 para 135 municípios.
- Seca Severa: Aumento de 90 para 139 municípios.
- Seca Extrema: Redução de 40 para 16 municípios.
- Seca Excepcional: 0 municípios.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Novembro/2020
G. QUEIMADAS NO PANTANAL
De acordo com os dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA/UFRJ), as áreas queimadas no Pantanal entre o mês de janeiro a 22 de novembro já somam 4.490.000 ha. Para mais detalhes, consulte o relatório na íntegra: https://lasa.ufrj.br/news/burned-area-pantanal-2020/ .
H. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA NA REGIÃO SUDESTE
Índice Integrado de Seca (IIS): Novembro/2020
Avaliação do IIS para o mês de novembro em comparação com o mês de outubro:
- Seca Fraca: Redução de 657 para 346 municípios.
- Seca Moderada: Redução de 358 para 262 municípios.
- Seca Severa: Aumento de 200 para 354 municípios.
- Seca Extrema: Aumento de 14 para 311 municípios.
- Seca Excepcional: 3 municípios.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Novembro/2020
I. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA NA REGIÃO SUL
Índice Integrado de Seca (IIS): Novembro/2020
Avaliação do IIS para o mês de novembro em comparação com o mês de outubro:
- Seca Fraca: Redução de 253 para 157 municípios.
- Seca Moderada: Redução de 362 para 153 municípios.
- Seca Severa: Redução de 341 para 232 município.
- Seca Extrema: Aumento de 142 para 519 municípios.
- Seca Excepcional: 28 municípios.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Novembro/2020
I. RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O mapa de risco de seca para a agricultura familiar é elaborado mensalmente a partir das variáveis físicas de ameaça de seca, tais como o déficit de precipitação, umidade do solo e índice de vigor vegetativo, combinadas com informações sobre as vulnerabilidade e capacidades locais da agricultura familiar. O mapa o risco é elaborado com foco na agricultura não irrigada, e considerando neste primeiro momento, o cultivo de feijão de acordo com o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB. O Boletim do Risco de Seca na Agricultura Familiar aponta o risco mensal considerando o calendário agrícola para a cultura do feijão, para os municípios que estão no seu primeiro mês de plantio, no período crítico (segundo mês) e os que finalizaram a safra (terceiro mês). Na edição do mês de dezembro o destaque da avaliação do risco é para o plantio iniciado no mês de setembro que finalizou em novembro com 13 municípios com risco alto e 36 com risco moderado.
Para mais detalhes, consulte o relatório na íntegra: http://www2.cemaden.gov.br/ risco-de-seca-na-agricultura-familiar-dezembro2020.
J. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
A condição atual no Oceano Pacífico segue refletindo um cenário de La Niña, isto é, um resfriamento das águas superficiais no Oceano Pacífico e um enfraquecimento dos ventos alísios. A probabilidade de continuidade do fenômeno durante o verão austral (Janeiro-Fevereiro-Março) é superior a 90%, portanto quase três vezes de uma chance climatológica. A La Niña é um fator modulador da chuva na Região Sul e no sul do Brasil-Central, no sentido de favorecer anomalias negativas (déficit de chuva). As previsões sazonais multimodelo de chuva do International Research Institute e do CPTEC/INMET/FUNCEME (ambas produzidas em novembro/2020) concordam em prever condições desfavoráveis para chuva nos estados da Região Sul como um todo, assim como na porção centro-sul do Brasil (principalmente Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo e Paraná), durante dezembro-janeiro-fevereiro de 2020-2021 (DJF/2020). Portanto, é apropriado manter um estado de atenção para estas regiões. As previsões subsazonais (3 e 4 semana) indicam um cenário desfavorável para a precipitação nas regiões Centro-Oeste e Sudeste até final de dezembro/2020, após o qual há chances para um período favorável no início de janeiro/2020. Na região sul, as previsões indicam um cenário de chuvas dentro da média.