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Secas e Seus Impactos no Brasil em 2018

SUMÁRIO EXECUTIVO

Em razão da extensão e severidade da seca iniciada em 2012  na região Nordeste do Brasil, o Governo Federal demandou informações técnico-cientificas ao Cemaden, em especial apoio para a identificação dos municípios e regiões impactados pela seca, com a finalidade de subsidiar as ações de suporte emergencial. Nesse contexto, desde 2013, o Cemaden tem desenvolvido e aperfeiçoado sistemas para o monitoramento e previsão de secas e seus impactos. De modo geral, a partir de um sistema de monitoramento de secas é possível e identificar áreas e municípios impactados, o que constitui uma importante ferramenta para subsidiar o gerenciamento do risco deste fenômeno. A identificação de áreas e municípios, juntamente com a caracterização do evento de seca (duração, severidade e extensão de área), também são aspectos considerados na avaliação dos impactos. Além disso, devido à continuidade das precipitações abaixo do esperado, diversas bacias hidrográficas foram impactadas com a seca hidrológica (redução do nível dos rios, água subterrânea e em reservatórios) que, somada a problemas de gestão e infraestrutura, resultaram em crises hídricas com impactos em diversas atividades humanas, tais como abastecimento público, irrigação, geração de energia elétrica, entre outros. Neste contexto, em 2014, o Cemaden iniciou o monitoramento, previsões e projeções de vazão e de volume armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira, responsável por abastecer parte do maior aglomerado urbano da América do Sul. Os produtos resultantes vêm sendo publicados em relatórios técnico-científicos na página do Cemaden <https://www2.cemaden.gov.br> contribuindo com informações técnico-científicas relevantes para uma gestão eficiente do recurso hídrico neste sistema.

Em 2015, o Cemaden passou a contribuir com o monitoramento, previsão e cenários de vazão para a bacia hidrográfica de Três Marias nas reuniões da Sala de Crise do Rio São Francisco, gerenciada pela Agência Nacional de Águas (ANA), as quais contam também  com a participação de diversas Instituições, entre elas, o Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF). Mais recentemente, em 2017, o Cemaden iniciou suas contribuições para a Sala de Crise do Rio Tocantins que, de forma similar, vem enfrentando baixas pluviométricas históricas com diversos impactos às atividades humanas.

De modo geral, essas ações além de alertarem a real situação vivenciada, subsidiam a tomada de decisões para a mitigação dos impactos da seca. Em especial para a região semiárida, desde 2017 o Cemaden vem contribuindo com o monitoramento e previsão de volume armazenado para importantes reservatórios/açudes da região. Os produtos gerados vêm sendo apresentados nas reuniões de previsão de impacto sazonal, disponibilizados no site do Cemaden no endereço <http://www2.cemaden.gov.br/categoria/monitoramento/boletim-de-impactos/>.

Posto isto, no presente relatório apresentam-se uma avaliação dos eventos de secas ocorridos no ano de 2018, bem como uma comparação das secas registradas nos últimos 7 anos em todo o país. Neste relatório destacam-se os seguintes resultados:

  • A partir de dados das anomalias de precipitação (%) por região, verifica-se, na escala anual, que em todas as regiões do Brasil o acumulado de chuvas no ano de 2018 foi entre 14% e 20% inferior  ao esperado;  no entanto, em termos  gerais, as condições de secas em todo o Brasil foram menos intensas do que aquelas observadas nos últimos sete anos, como apontam os mapas do Índice Integrado de Seca.
  • No que concerne aos impactos da seca na agricultura familiar do semiárido, de acordo com as análises realizadas pelo Cemaden, 446 municípios apresentaram potencial para queda na produção agrícola na safra 2017/2018. Embora ainda seja um número significativo para a região, dada à vulnerabilidade do sistema de sequeiro e das comunidades envolvidas, este número foi cerca de 40% inferior ao obtido na safra 2016/2017 (757 municípios com potencial de queda na produção).
  • Com relação às bacias hidrográficas monitoradas, em 2018 o Sistema Cantareira, na região Sudeste, acumulou mais água do que extraiu, embora a situação de armazenamento ainda seja menor do que quando comparada a 2017. Em Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, acumulou-se mais água do que a quantidade extraída, o que levou o reservatório ao seu maior nível dos últimos anos, atingindo 49,5%. Em Serra da Mesa, na região Centro-Oeste, também se acumulou mais água em 2018 do que o volume extraído, o que levou o reservatório a atingir 13,1%, situação menos desfavorável do que em 2017. Para os reservatórios Castanhão e Boqueirão, localizados na região semiárida dos estados do Ceará e Paraíba, respectivamente, ambos apresentam situação crítica, embora menos desfavorável do que em 2017.
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