Esta edição do boletim traz a situação para o mês de novembro de 2020 com horizonte de projeções até março de 2021. A situação de armazenamento dos reservatórios do Sistema Cantareira, em 30 de novembro de 2020 (32%), é pior quando comparada ao mesmo período de 2019 (38%). Com a situação atual de armazenamento, os reservatórios do Sistema Cantareira permanecem na faixa de operação “alerta” (armazenamento entre 30% e 40%)[1], cuja máxima vazão de extração para o atendimento da demanda hídrica da região metropolitana de São Paulo é 27 m³/s. Em novembro de 2020, a média desta vazão de extração foi 24 m³/s. Ainda em novembro, choveu o equivalente a 71% da média histórica do mês, enquanto que a vazão afluente aos reservatórios foi 58% da média histórica, valor superior quando comparado ao mesmo período do ano de 2019 (45%). Com relação às projeções, considerando um cenário hipotético de chuvas na média histórica para os próximos meses, o modelo hidrológico projeta que a média de vazão afluente poderá ser em torno de 72% da média histórica do período e o armazenamento no sistema, no final de março de 2021, poderá chegar a 51%.
[1] De acordo com a Resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925.
Situação atual do Sistema Cantareira
A precipitação acumulada durante os meses chuvosos, de outubro a novembro de 2020, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as sub-bacias de captação do Sistema Cantareira (7 pluviômetros do DAEE/ SAISP[2] e 27 pluviômetros em operação do CEMADEN), foi 179 mm (168² mm), o que representa 16% (15%²) da média histórica (1983-2019) da estação chuvosa (1224 mm, outubro – março). No mês de novembro de 2020, a precipitação acumulada foi 108 mm (104² mm), o que representa 71% (60%²) da média histórica para este mês (151 mm) (Figura 1).
[2] DAEE / SAISP: Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo / Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo.
A média de vazão afluente ao Sistema Cantareira (Sistema Equivalente + Paiva Castro) de outubro a novembro de 2020, de acordo com dados da SABESP[3] e da ANA[4] foi 12,7 m3/s, 26% da média de vazão para a estação chuvosa (49 m3/s). Para o mesmo período, a média de vazão de extração total dos reservatórios foi 36 m³/s e a média de vazão de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi 5,6 m³/s.
[3] SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo/Situação dos Mananciais.
[4] ANA: Agência Nacional de Águas.
Para o mês de novembro de 2020, a média de vazão afluente foi 18 m3/s , o que representa 58% da vazão média mensal histórica (31 m3/s), valor superior ao registrado no mesmo período de 2019 (45%). Para o mesmo período, a média de extração de água do Sistema Cantareira para o elevatório Santa Inês (Qesi), que abastece a região metropolitana de São Paulo, foi 24m3/s, e a vazão de jusante (Qjus), que contribui com a bacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (bacia PCJ), foi 9 m³/s. Juntas, estas duas vazões representam a extração total do sistema Cantareira, que foi 33 m³/s. Ainda no mês de novembro a média do aporte, proveniente da interligação com o Sistema Paraíba do Sul para o reservatório Atibainha, foi 18,5 m³/s, atingindo a mais alta média mensal desde o início da operação.
Previsão de chuva
Em termos estatísticos, os meses de dezembro e janeiro são os mais chuvosos do ano. Nos próximos 3-10 dias são esperadas precipitações, principalmente em forma de pancadas no período da tarde-noite, com volumes pluviométricos totais próximos aos valores médios da época (Figura 2). As previsões (tendência) de chuva para a segunda semana apresentadas na Figura 3, mostram maior possibilidade de chuvas mais irregulares e com volumes totais ligeiramente inferiores à média histórica na região do Sistema Cantareira.
Projeções de vazão afluente
A Figura 4 apresenta as médias mensais de vazão afluente observada e, na sequência, projeções de vazão usando a média dos membros de previsão (02 a 11 de dezembro de 2020) e, a partir do dia 12 de dezembro foram considerados quatro cenários de precipitação: média histórica (1983-2019), 25% acima da média, 25% e 50% abaixo da média histórica. As simulações indicam que, considerando um cenário hipotético de chuva na média histórica, a vazão afluente no período de dezembro de 2020 a março de 2021, poderá alcançar cerca de 42 m³/s, o que representa 72% da média histórica desse período (59 m³/s). Para cenários de precipitações 25% e 50% abaixo da média histórica, as simulações apontam vazões, respectivamente, da ordem de, 46% e 25% da média histórica desse mesmo período.
Projeções de armazenamento
A Figura 5 apresenta as projeções da evolução do volume útil armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira utilizando: previsão e projeções de vazão afluente; vazão de extração para a estação elevatória Santa Inês (Q esi) de acordo com as regras condicionais estabelecidas pela resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925; vazão defluente (Q jusante) para as bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) igual à média praticada nos anos 2014 a 2016, para as estações seca e chuvosa (2,09 m³/s e 1,55 m³/s, respectivamente); e aporte de interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, cuja vazão média é 5,13 m³/s para dezembro de 2020 e igual a 5,5 m³/s entre os meses de janeiro a março de 2021 (de acordo com a Nota Técnica MAR 011/2020, emitida pela Sabesp). As projeções indicam que o armazenamento no Sistema Cantareira, nas próximas semanas, permanecerá na faixa de operação “alerta” (entre 30 e 40%). No final de março de 2021, as projeções considerando precipitação na média histórica e 25% acima, indicam que o reservatório poderá retornar à faixa “atenção” (entre 40 e 60%) e “normal” (entre 60 e 100%), respectivamente. Entretanto, nas projeções considerando chuva 25% e 50% abaixo da média, indicam que o reservatório poderá chegar em situação mais pessimista, permanecendo nas faixas de operação “alerta” (entre 30 a 40%) e caindo para a faixa “restrição” (entre 20 a 30%), respectivamente.
FAÇA O DOWNLOAD DO RELATÓRIO NA INTEGRA