Sumário
De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de maio, foi registrado o aumento das condições de secas, principalmente no sul do Sergipe e Alagoas. Segundo o IIS, 113 municípios estão classificados com condição de seca moderada, esses municípios somam cerca de 2,6 milhões de pessoas. Considerando apenas a informação por satélite (índice VSWI), 15 municípios apresentaram pelo menos 75% de suas áreas de uso impactadas. De acordo com os dados da rede observacional do Cemaden, foram registrados valores baixos de água no solo em algumas microrregiões no nordeste da Bahia para o mês de maio, o primeiro da estação chuvosa na região.
A Temperatura da Superfície do Mar no Oceano Pacífico permanece aquecida em níveis próximos a um estado de El Niño. Entretanto, a maioria das previsões apontam que o Pacífico deve se desaquecer nos próximos 3 meses. As previsões do Climate Prediction Center (NOAA) – International Research Institute (IRI, Columbia University), e a previsão da Organização Meteorológica Mundial indicam uma chance de 60 a 70% de um El Nino fraco durante julho e agosto, passando para uma situação de normalidade nos meses seguintes. As previsões sazonais de chuva do IRI e do CPTEC/INMET/FUNCEME (produzidas em maio/2019 e válidas para o trimestre Maio-Junho-Julho/2019) concordam em indicar condições de chuvas dentro dos patamares normais para a maior parte do semiárido brasileiro. Nas próximas duas semanas está previsto que as precipitações devam variar entre os patamares normais a abaixo do normal na região da Zona da Mata. As previsões experimentais do IRI para além de 15 dias (previsões subsazonais) mostram uma tendência para permanência de chuvas abaixo da média na Zona da Mata, até meados de julho/2019.
1) Índice Integrado de Seca (IIS) – Maio de 2019
A avaliação do IIS para o mês de maio em relação ao mês anterior (abril):
- Seca Fraca:aumento de 124 para 217 municípios.
- Seca Moderada:aumento de 101 para 113 municípios.
- Seca Severa:manteve 0 municípios.
- Seca Extrema:manteve 0 município.
- Seca Excepcional:manteve 0 município.
Dentre os municípios em condição de seca moderada em maio de 2019, encontra-se Coronel Murta, localizado no norte de Minas Gerais. Neste município, onde predominam a agricultura familiar e a criação de pequenos animais, os impactos da seca foram mais acentuados na zona rural, local em que a água potável é comumente mais escassa para o consumo humano e animal. Dessa forma, a distribuição de água potável foi realizada por meio de caminhões-pipa para a maior parte da população rural. Na atual seca, a capacidade de recarga dos mananciais que abastecem a região ficou comprometida, o que resultou em elevados prejuízos econômicos públicos e privados, conforme reportado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Prefeitura de Coronel Murta.
- AL
- SE
- MA
- CE
- RN
- PE
- PB
- BA
- ES
- MG
- PI
2) Avaliação por satélite das áreas mais Impactadas
Os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens foram registrados para os estados de Alagoas (3), Bahia (4), Minas Gerais (1), Paraíba (3) e Sergipe (4). De acordo com o índice VSWI, 15 municípios apresentaram pelo menos 75% de suas áreas de uso impactadas no mês de maio. É importante ressaltar que a parte leste, litoral do nordeste, da Bahia ao Rio Grande do Norte, está no período do calendário agrícola, sendo, portanto, importante o monitoramento das condições de umidade do solo a para essas regiões.
3) Levantamento de propriedades rurais localizadas nos municípios com mais de 75% de área em condição de seca
Destaca-se que os estados de Alagoas e Paraíba, com o mesmo número de municípios com mais de 75% de área impactada, entretanto, Alagoas tem um total de propriedade cinco vezes maior que a Paraíba. Em contrapartida a Paraíba possui uma porcentagem maior de pequena, média e grande propriedade em relação aos demais estados.
4) Água disponível no solo – média por microrregiões em Abril de 2019
Períodos prolongados de seca e baixos valores de água disponível no solo, especificamente valores abaixo de 0,4, podem ocasionar perdas na produtividade agrícola; esses valores são mostrados em tons de vermelho, laranja e amarelo na figura. A água disponível no solo foi calculada utilizando-se de medidas de umidade do solo em 20 cm, normalizadas para o intervalo entre o ponto de murcha permanente e a saturação. A escala numérica e de cores se refere a proporção de água disponível no solo. Nessa figura são mostradas apenas as microrregiões que estão atualmente em um período chuvoso. Atualmente são consideradas as “quadras chuvosas” FMAM (de fevereiro a maio) e AMJJ (de abril a julho).
O padrão observado para maio de 2019 mostra bons níveis de água no solo na região norte do semiárido, especialmente em partes do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Maio corresponde ao final da época chuvosa nessas regiões, como indicado nas regiões com contorno em vermelho (quadra chuvosa FMAM) e laranja (JFMA). A água no solo teve valores próximos da saturação na maior parte da faixa leste do semiárido, dentro da região de contorno laranja (quadra chuvosa AMJJ), exceto em algumas microrregiões em Pernambuco e no nordeste e leste da Bahia. As demais regiões do semiárido não são mostradas pois não estão atualmente em período chuvoso.
5) Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal
A Temperatura da Superfície do Mar no Oceano Pacífico permanece aquecida em níveis próximos a um estado de El Niño. Entretanto, a maioria das previsões apontam que o Pacífico deve se desaquecer nos próximos 3 meses. A previsões do Climate Prediction Center (NOAA) – International Research Institute (IRI, Columbia University), e a previsão da Organização Meteorológica Mundial indicam uma chance de 60 a 70% de um El Nino fraco durante julho e agosto, passando para uma situação de normalidade nos meses seguintes. As previsões sazonais de chuva do IRI e do CPTEC/INMET/FUNCEME (produzidas em maio/2019 e válidas para o trimestre Maio-Junho-Julho/2019) concordam em indicar condições de chuvas dentro dos patamares normais para a maior parte do semiárido brasileiro. Nas próximas duas semanas está previsto que as precipitações devam variar entre os patamares normais a abaixo do normal na região da Zona da Mata. As previsões experimentais do IRI para além de 15 dias (previsões subsazonais) mostram uma tendência para permanência de chuvas abaixo da média na Zona da Mata, até meados de julho/2019
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