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Situação da Seca no Semiárido e Impactos – Junho de 2019

Sumário

De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de junho, foi registrado o aumento das condições de secas, principalmente no sul do Sergipe e Alagoas. Segundo o IIS, 113 municípios estão classificados com condição de seca moderada a extrema, esses municípios somam cerca de 9,0 milhões de pessoas. Considerando apenas a informação por satélite (índice VSWI), 87 municípios apresentaram pelo menos 75% de suas áreas de uso impactadas. De acordo com os dados da rede observacional do Cemaden, junho mostrou bons níveis de água no solo em algumas regiões da parte leste do semiárido, especialmente em Pernambuco, Paraíba e Bahia.

A estação chuvosa da Zona da Mata (maio a setembro) pode sofrer influência da temperatura das águas superficiais (TSM) junto à costa leste do nordeste. Aguas mais aquecidas que o normal tem o potencial de intensificar tempestades tropicais. As TSM nesta região tem se mantido consistentemente 1 a 2C acima da média nos últimos 30 dias. Portanto, existem chances incrementadas de eventos significativos de chuva na região costeira. As previsões sazonais de chuva do IRI indicam chuvas acima da média na costa leste do NEB. As previsões sazonais de chuva emitidas CPTEC/INMET/FUNCEME preveem chuvas dentro da média. Ambas foram produzidas em junho/2019 e são válidas para o trimestre Julho-Agosto-Setembro/2019. Nas próximas duas semanas está previsto (NOAA/NWS/Global Forecast System, de 10-JUL-2019) que as precipitações devam variar entre os patamares normais a abaixo do normal na região da Zona da Mata. As previsões experimentais do IRI para além de 15 dias (previsões subsazonais) mostram uma tendência para permanência de chuvas abaixo da média na Zona da Mata, principalmenter no final de julho e início de agosto de 2019.

1) Índice Integrado de Seca (IIS) – Junho de 2019 

A avaliação do IIS para o mês de junho em relação ao mês anterior (maio):

  • Seca Fraca:aumento de 217 para 254 municípios.
  • Seca Moderada:aumento de 113 para 278 municípios.
  • Seca Severa:aumento de 0 para 26 municípios.
  • Seca Extrema:aumento de 0 para 16 municípios.
  • Seca Excepcional:manteve 0 município.
  • AL
  • SE 
  • MA
  • CE
  • RN 
  • PE
  • PB
  • BA 
  • ES
  • MG
  • PI
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O índice Integrado de Seca (IIS) é uma combinação (média geométrica) das informações provenientes do índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI), o qual é calculado a partir de dados de sensoriamento remoto, e do Percentil de precipitação, que é calculado a partir de dados observacionais de chuva. O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico). Por sua vez, o percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido. São consideradas as seguintes classificações: Seca extrema (precipitação abaixo do percentil 5); Seca severa (precipitação entre os percentis 5 e 10); Seca moderada (precipitação entre os percentis 10 e 30); Seca fraca (precipitação entre os percentis 30 e 50).
 

2) Avaliação por satélite das áreas mais Impactadas 

Os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens foram registrados em todos os estados do semiárido, mas com um maior número de municípios possivelmente afetados em Alagoas (49), Bahia (50), Paraíba (57) e Pernambuco (51). De acordo com o índice VSWI, 87 municípios apresentaram pelo menos 75% de suas áreas de uso impactadas no mês de junho.  É importante ressaltar que a parte leste, litoral do nordeste, da Bahia ao Rio Grande do Norte, está no período do calendário agrícola, sendo, portanto, importante o monitoramento das condições de umidade do solo a para essas regiões.

3) Levantamento de propriedades rurais localizadas nos municípios com mais de 75% de área em condição de seca

Destaca-se o estado de Alagoas, com um total de 29.760 propriedades com mais de 75% de área impactada em junho de 2019. Os estados da Bahia, Paraíba e Pernambuco também tiveram um número elevado de propriedades com mais de 75% de área impactada, entre 14 a 15 mil.

4) Água disponível no solo – média por microrregiões em Junho de 2019.

Períodos prolongados de seca e baixos valores de água disponível no solo, especificamente valores abaixo de 0,4, podem ocasionar perdas na produtividade agrícola; esses valores são mostrados em tons de vermelho, laranja e amarelo na figura. A água disponível no solo foi calculada utilizando-se de medidas de umidade do solo em 20 cm, normalizadas para o intervalo entre o ponto de murcha permanente e a saturação. A escala numérica e de cores se refere a proporção de água disponível no solo. Nessa figura são mostradas apenas as microrregiões que estão atualmente em um período chuvoso. Atualmente está sendo considerada somente a quadra chuvosa AMJJ (de abril a julho).

O padrão observado para junho de 2019 mostra bons níveis de água no solo em algumas regiões da parte leste do semiárido, especialmente em Pernambuco, Paraíba e Bahia. As demais regiões do semiárido não são mostradas, pois não estão atualmente em período chuvoso.

A água disponível no solo é calculada utilizando-se da metodologia do Índice de Umidade do Solo (SMI, na sigla em inglês). Esse índice é calculado subtraindo-se o valor do ponto de murcha permanente (PMP) da umidade do solo volumétrica e dividindo-se esse valor pela diferença entre a capacidade de campo e o PMP Os valores de SMI mostrados aqui são calculados com a umidade do solo medida a 20 cm de profundidade. Essa normalização da umidade do solo resulta na fração da água disponível para extração por raízes, porém abaixo da saturação. Valores de SMI abaixo de 0,4, ou 40% da água disponível, são reconhecidos como condições de início do estresse hídrico, com possíveis danos ao desenvolvimento vegetativo e perda de produtividade.
 

5) Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

Em relação ao presente ciclo de El Niño, os indicadores atmosféricos e oceânicos mostram um estado de neutralidade, ou seja sem El Niño nem La Niña. As previsões apontam que o Pacífico deve seguir desaquecendo nos próximos 3 meses. A previsões do Climate Prediction Center (NOAA) – International Research Institute (IRI, Columbia University) indicam chances de 60 a 70% de um El Nino fraco durante julho, agosto e setembro de 2019, passando para uma situação de normalidade nos meses seguintes. Vale lembrar que a estação chuvosa da Zona da Mata não tem relação reconhecida cientificamente com episódios ENOS. Por outro lado, a temperatura das águas superficiais (TSM) junto à costa leste do nordeste tem o potencial de intensificar tempestades tropicais. As TSM nesta região tem se mantido consistentemente 1 a 2C acima da média nos últimos 30 dias (coralreefwatch.noaa.gov). As previsões sazonais de chuva do IRI indicam chuvas acima da média na costa leste do NEB. As previsões sazonais de chuva emitidas CPTEC/INMET/FUNCEME preveem chuvas dentro da média. Ambas foram produzidas em junho/2019 e são válidas para o trimestre Julho-Agosto-Setembro/2019. Nas próximas duas semanas está previsto (NOAA/NWS/Global Forecast System, de 10-JUL-2019) que as precipitações devam variar entre os patamares normais a abaixo do normal na região da Zona da Mata. As previsões experimentais do IRI para além de 15 dias (previsões subsazonais) mostram uma tendência para permanência de chuvas abaixo da média na Zona da Mata, principalmenter no final de julho e início de agosto de 2019.

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REGISTRO DE IMPACTOS: Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município?  Sua informação é bem-vinda,  mesmo  ocorrências  de pequenos impactos são de extrema importância para avaliar a qualidade do monitoramento e avaliação de secas do Cemaden. Por gentileza, preencha o breve questionário no link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS 

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