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Situação da Seca no Semiárido e Impactos – Novembro de 2019

Sumário
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De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de novembro, verifica-se a intensificação das condições de seca, principalmente nos estados da Bahia, Minas Gerais e Piauí. Segundo o IIS, 548 municípios estão classificados com condição de seca entre moderada a extrema, 161% a mais que o mês anterior. Além disso, houve registro de um município na Bahia, com condição de seca excepcional. Ressalta-se que apesar do início da quadra chuvosa nessas áreas, tem-se observado anomalias negativas de precipitação desde novembro.

Considerando apenas a informação por satélite (índice VSWI), 476 municípios distribuídos na região semiárida, apresentaram pelo menos 50% de suas áreas de uso impactadas pela seca. Quanto a condição de umidade do solo, o centro e sul da Bahia, e o norte de Minas Gerais encontram-se em sua maioria com baixos níveis de água no solo. Em relação ao presente ciclo de El Niño, os indicadores atmosféricos e oceânicos mostram um estado de neutralidade, ou seja, sem El Niño nem La Niña. As previsões sazonais apontam que este estado neutro se manterá durante o período DJF/2019-20, que caracteriza a estação chuvosa no norte de MG e centro-sul da BA.

1) Índice Integrado de Seca (IIS) – Novembro de 2019 

A avaliação do IIS para o mês de novembro em relação ao mês anterior (outubro):

  • Seca Fraca:redução de 529 para 407 municípios.
  • Seca Moderada:aumento de 195 para 478 municípios.
  • Seca Severa:aumento de 14 para 33 municípios.
  • Seca Extrema:aumento de 1 para 37 municípios.
  • Seca Excepcional:aumento de 0 para 1 município.

A escassez de chuvas tem levado ao atraso no plantio de novas safras. No Estado da Bahia, a semeadura do feijão-caupi não foi iniciada devido à baixa umidade do solo, enquanto no Estado de Minas Gerais as lavouras de milho encontram-se em estágios de desenvolvimento variados devido aos diferentes períodos de plantio decorrentes do atraso das chuvas, conforme o Boletim da Safra de Grãos de dezembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ainda, no norte do Estado de Minas Gerais, diversos municípios tiveram o abastecimento de água prejudicado devido aos baixos níveis de água de rios e reservatórios, como os municípios de Capitão Enéas, Cristália, Malacacheta, São Francisco, Taiobeiras e Pedra Azul (todos em situação de seca moderada, conforme o IIS para o mês de novembro), em que houve a necessidade de rodízio no abastecimento de água, segundo informações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

  • AL
  • SE 
  • MA
  • CE
  • RN 
  • PE
  • PB
  • BA 
  • ES
  • MG
  • PI
Clique na imagem para ampliar.

 

Índice Integrado de Seca (IIS) consiste na combinação do Índice de Precipitação Padronizada (SPI) com o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI) ou com o Índice de Saúde da Vegetação (VHI), ambos estimados por sensoriamento remoto. O SPI é um índice amplamente utilizado para detectar a seca meteorológica em diversas escalas e pode ser interpretado como o número de desvios padrões nos quais a observação se afasta da média climatológica. O índice negativo representa condições de déficit hídrico, nas quais a precipitação é inferior à média climatológica. O índice positivo representa condições de excesso hídrico, que indicam precipitação superior à média histórica. Para integrar o IIS, o SPI é calculado a partir de dados observacionais de precipitação disponíveis no CEMADEN, no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centros Estaduais de Meteorologia. O SPI é calculado com base na formulação proposta por Mckee et al. (1993) e considerando as escalas de 3, 6 e 12 meses, obtendo como produto final SPI na resolução espacial de 5km. O IIS possui as seguintes classes: condição normal (6), seca fraca (5), seca moderada (4), seca severa (3), seca extrema (2) e seca excepcional (1).
 

2) Avaliação por satélite das áreas mais Impactadas 

Com relação à avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens, de acordo com o índice VSWI, 476 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas de uso impactadas no mês de novembro, mais do que o dobro registrado no mês anterior (220). Os estados da Bahia (156), do Alagoas (59) e da Paraíba (57) são os que concentraram o maior número desses municípios. É importante ressaltar que a estação chuvosa no Norte de Minas Gerais e sul da Bahia, que deveria ter iniciado no mês novembro, ainda apresenta irregularidade, e em razão disso, a produção agrícola de sequeiro pode ser afetada.Boletim_Semiarido_DEZ2019

3) Levantamento de propriedades rurais localizadas nos municípios com mais de 75% de área em condição de seca

Destaca-se que os estados da Bahia, Alagoas e Pernambuco, são os que apresentaram os maiores números de propriedades e municípios com mais de 75% de área impactada. O estado da Bahia contabilizou 71 municípios com mais de 75% de área impactada. Com relação aos tipos de propriedade mais afetadas, a Bahia possui o maior percentual de minifúndios afetados, 92,92% e os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Norte, possuem o maior percentual de pequenas e médias propriedades. Ressalta-se que o no mês de novembro apenas os estados da Bahia e Minas Gerais estavam no período de calendário agrícola.

4) Água disponível no solo – média por microrregiões em novembro de 2019

Perdas na produtividade agrícola podem ocorrer devido a períodos prolongados de seca e baixos valores de água disponível no solo, especificamente valores abaixo de 0,4, representados no mapa pelas cores vermelho, laranja e amarelo. A água disponível no solo foi calculada utilizando-se de medidas de umidade do solo em 20 cm, normalizadas para o intervalo entre o ponto de murcha permanente e a saturação. A escala numérica e de cores se refere a proporção de água disponível no solo.

As microrregiões monitoradas do centro e sul da Bahia, e norte de Minas Gerais se encontram em sua maioria com baixos níveis de água no solo, característicos de déficit hídrico (tons de amarelo, laranja, vermelho e marrom). No geral a maioria das regiões tem valores médios baixos de água no solo apesar do início da quadra chuvosa nessas áreas, que vai de novembro a fevereiro.

5) Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

Em relação ao presente ciclo de El Niño, os indicadores atmosféricos e oceânicos mostram um estado de neutralidade, ou seja, sem El Niño nem La Niña. As previsões sazonais apontam que este estado neutro se manterá durante o período DJF/2019-20, que caracteriza a estação chuvosa no norte de MG e centro-sul da BA. As previsões sazonais de chuva do IRI/NOAA e CPTEC/INMET/FUNCEME apontam para um cenário com chuvas normais a abaixo da média nos próximos três meses (DJF/2019-20) para as regiões mencionadas acima. Nas próximas duas semanas o modelo NOAA/NWS/Global Forecast System (de 19-DEC-2019) aponta que a chuva deva permanecer em patamares abaixo da média. As previsões experimentais do IRI para além de 15 dias (previsões subsazonais SubX: http://iridl.ldeo.columbia.edu/maproom/Global/ForecastsS2S/precip_subx.html, de 20-DEZ-2019) mostram uma tendência para permanência de chuvas acima da média, entre o final de dezembro e início de janeiro de 2020.

A água disponível no solo é calculada utilizando-se da metodologia do Índice de Umidade do Solo (SMI, na sigla em inglês). Esse índice é calculado subtraindo-se o valor do ponto de murcha permanente (PMP) da umidade do solo volumétrica e dividindo-se esse valor pela diferença entre a capacidade de campo e o PMP Os valores de SMI mostrados aqui são calculados com a umidade do solo medida a 20 cm de profundidade. Essa normalização da umidade do solo resulta na fração da água disponível para extração por raízes, porém abaixo da saturação. Valores de SMI abaixo de 0,4, ou 40% da água disponível, são reconhecidos como condições de início do estresse hídrico, com possíveis danos ao desenvolvimento vegetativo e perda de produtividade.
FAÇA O DOWNLOAD DO RELATÓRIO NA INTEGRA

REGISTRO DE IMPACTOS: Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município?  Sua informação é bem-vinda,  mesmo  ocorrências  de pequenos impactos são de extrema importância para avaliar a qualidade do monitoramento e avaliação de secas do Cemaden. Por gentileza, preencha o breve questionário no link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS 

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