Sumário
FAÇA O DOWNLOAD DADO DO IIS
De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de outubro, foi registrado um aumento das condições de seca, principalmente nos estados do Maranhão, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Alagoas. Segundo o IIS, 435 municípios estão classificados com condição de seca entre moderada a extrema. Ressalta-se que para as áreas mais críticas nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, a estação chuvosa deve iniciar apenas a partir de janeiro. Considerando apenas a informação por satélite (índice VSWI), 220 municípios distribuídos na região semiárida, apresentaram pelo menos 50% de suas áreas de uso impactadas pela seca.
Atualmente o Oceano Pacífico permanece em estado de neutralidade (sem El Niño, nem La Niña) e assim deverá permanecer durante o período NDJ/2019-20. As previsões sazonais de chuva apontam para um cenário com chuvas abaixo da média no trimestre NDJ/2019-20. As previsões subsazonais indicam que a chuva deva permanecer em patamares abaixo da média até o início de dezembro de 2019.
1) Índice Integrado de Seca (IIS) – Outubro de 2019
A avaliação do IIS para o mês de outubro em relação ao mês anterior (setembro):
- Seca Fraca:aumento de 224 para 746 municípios.
- Seca Moderada:aumento de 49 para 336 municípios.
- Seca Severa:aumento de 0 para 95 municípios.
- Seca Extrema:aumento de 0 para 4 municípios.
- Seca Excepcional:manteve 0 município.
No Estado do Rio Grande do Norte, o abastecimento de água foi prejudicado em alguns municípios devido aos baixos níveis de água dos reservatórios, como no município de Caicó (em situação de seca moderada, conforme avaliação do IIS) onde o rodízio no abastecimento de água precisou ser intensificado pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), em outubro. Neste mês, o acumulado total do volume das reservas hídricas superficiais do Rio Grande do Norte era de 26,06%, segundo o Relatório Volumétrico dos Principais Reservatórios do Estado, divulgado por meio do Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN). A barragem Armando Ribeiro Gonçalves (maior reservatório do estado), por exemplo, acumulava aproximadamente 30% da sua capacidade total. Outras regiões também têm sido afetadas pela escassez hídrica, como no Estado do Ceará, que em outubro tinha cerca de 80 açudes com volume de água abaixo de 30% da sua capacidade total (a maior parte com volume abaixo dos 10%). Dentre estes, mais de 20 reservatórios encontravam-se no volume morto e outros 11 estavam secos, como reportado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
- AL
- SE
- MA
- CE
- RN
- PE
- PB
- BA
- ES
- MG
- PI
2) Avaliação por satélite das áreas mais Impactadas
Com relação à avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens, de acordo com o índice VSWI, 220 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas de uso impactadas no mês de outubro, número superior ao mês anterior (160). Os estados de Rio Grande do Norte (48), Minas Gerais (37) e da Bahia (35) são os que concentraram o maior número de municípios. Contudo é importante ressaltar que a estação chuvosa na porção sul da região (Norte de Minas Gerais e sul da Bahia) teve inicio no mês de novembro.
3) Levantamento de propriedades rurais localizadas nos municípios com mais de 75% de área em condição de seca
Destaca-se que os estados de Minas Gerais, Alagoas e Pernambuco, são os que apresentaram os maiores números de propriedades e municípios com mais de 75% de área impactada. Os estados da Bahia e da Paraíba contabilizaram apenas um município com mais de 75% de área impactada, seguido do Piauí com dois e Pernambuco com três. Com relação aos tipos de propriedade mais afetados, a Paraíba e o Alagoas possuem os maiores percentuais de minifúndios afetados, 98,9% e 96,47% respectivamente. Ressalta-se que no mês de outubro nenhum dos estados estava em período agrícola, no entanto, podem ter impactos apenas na produção pecuária e abastecimento.
4) Água disponível no solo – média por microrregiões em outubro de 2019
Perdas na produtividade agrícola podem ocorrer devido a períodos prolongados de seca e baixos valores de água disponível no solo, especificamente valores abaixo de 0,4, representados no mapa pelos tons de amarelo, laranja, vermelho e marrom. A água disponível no solo foi calculada utilizando-se de medidas de umidade do solo em 20 cm, normalizadas para o intervalo entre o ponto de murcha permanente e a saturação. Na figura são mostrados os valores médios para estações selecionadas da rede do Cemaden.
As estações localizadas na região central e sul da Bahia, e norte de Minas Gerais, se encontram em sua maioria com baixos níveis de água no solo, característicos de déficit hídrico. Esses valores indicam um solo seco no mês que antecede o início típico da estação chuvosa na região, que se inicia a partir de novembro. Similarmente, a maioria das estações em Pernambuco, Paraíba e Ceará indicam valores da água no solo abaixo de 0.1, correspondente ao solo seco da estação sem chuvas que se iniciou nessas regiões.
5) Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal
Em relação ao presente ciclo de El Niño, os indicadores atmosféricos e oceânicos mostram um estado de neutralidade, ou seja, sem El Niño nem La Niña. As previsões sazonais apontam que este estado neutro se manterá durante o período NDJ/2019-20, que caracteriza a estação chuvosa no norte de MG e centro-sul da BA. As previsões sazonais de chuva do IRI/NOAA e CPTEC/INMET/FUNCEME apontam para um cenário com chuvas abaixo da média nos próximos três meses (NDJ/2019-20). Nas próximas duas semanas o modelo NOAA/NWS/Global Forecast System (de 18-NOV-2019) que a chuva deva permanecer em patamares abaixo da média. As previsões experimentais do IRI para além de 15 dias (previsões subsazonais SubX: http://iridl.ldeo.columbia.edu/maproom/Global/ForecastsS2S/precip_subx.html, de 15-NOV-2019) mostram uma tendência para permanência de chuvas abaixo da média, entre o final de novembro e início de dezembro de 2019.