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Situação da Seca no Semiárido e Impactos – Outubro de 2018

Sumário

De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de outubro, de maneira geral, houve atenuação das condições de seca em toda a região. No entanto, municípios localizados nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia permanecem com condições de seca entre extrema e excepcional. A maior parte dos municípios em condição de seca excepcional está localizada nos Estados de Sergipe e Alagoas. Segundo o IIS, 105 municípios estão classificados com condição de seca severa, 178 com condição de seca extrema e 55 com condição de seca Excepcional, nesses municípios vivem cerca de 9 milhões de pessoas.

Destaca-se que há condições para chuvas acima da média a partir da última semana de Novembro, no setor centro sul do semiárido (norte de MG e Bahia). É possível que um pulso da OMJ possa influênciar positivamente as chuvas estendendo-as até a primeira semana de Dezembro. Na escala climática sazonal, há um estado de indefinição. Os indicadores oceânicos mostram que o Oceano Pacífico está com temperaturas acima da média, mas por outro lado, a atmosfera ainda não apresenta os sinais característicos de um El Niño. A maior parte dos modelos dinâmicos e estatísticos preveem aquecimento leve (1.0C) do Oceano Pacífico no prazo de 1 a 2 meses, que pode se estender até o outono austral de 2019. As previsões sazonais de chuva do International Research Institute indicam chances significativas de chuvas acima da média no extremo norte do semiárido, para o trimestre Dezembro-Janeiro-Fevereiro (DJF/2018-19). Em um cenário oposto, as previsões elaboradas pelo CPTEC/INMET/FUNCEME (produzidas em Outubro de 2018) mostram condições desfavoráveis no centro-sul do semiárido. A divergência destes cenários indica elevado índice de incerteza. Em termos históricos, o norte do semiárido apresenta uma bem conhecida relação entre El Niños e déficit de chuva. Assim, dado que espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção antecipada.

Índice Integrado de Seca (IIS) – Outubro de 2018 

A avaliação do IIS para o mês de setembro em relação ao mês anterior (agosto):

  • Seca Fraca: redução de 397 para 327 municípios.
  • Seca Moderada: redução de 513 para 363 municípios.
  • Seca Severa: redução de 125 para 105 municípios.
  • Seca Extrema: redução de 185 para 178 município.
  • Seca Excepcional: redução de 79 para 55 municípios.
  • AL
  • SE 
  • MA
  • CE
  • RN 
  • PE
  • PB
  • BA 
  • ES
  • MG
  • PI
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O índice Integrado de Seca (IIS) é uma combinação (média geométrica) das informações provenientes do índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI), o qual é calculado a partir de dados de sensoriamento remoto, e do Percentil de precipitação, que é calculado a partir de dados observacionais de chuva. O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico). Por sua vez, o percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido. São consideradas as seguintes classificações: Seca extrema (precipitação abaixo do percentil 5); Seca severa (precipitação entre os percentis 5 e 10); Seca moderada (precipitação entre os percentis 10 e 30); Seca fraca (precipitação entre os percentis 30 e 50).
 

Porcentagem do município impactado pela seca (considerando apenas as áreas de pastagens e agrícolas) de acordo com o VSWI

Os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens estão concentrados principalmente na porção leste da Região Semiárida, incluindo os municípios inseridos nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e leste da Bahia. De acordo com o índice VSWI, 622 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas de usos impactadas no mês de outubro de 2018.  Apesar destes números é importante ressaltar que apenas o norte de Minas Gerais e sul da Bahia estão com calendário de plantio vigente (agricultura familiar).

Levantamento de propriedades rurais localizadas nos municípios com mais de 75% de área em condição de seca

Estado % Minifúndio % Pequena Propriedade % Média Propriedade % Grande Propriedade Total de Propriedade
Alagoas 93.86 4.44 1.34 0.36 38069.00
Bahia 94.14 4.82 0.85 0.19 162618.00
Minas gerais 76.86 17.05 5.46 0.63 2528.00
Paraíba 89.13 7.76 2.48 0.63 20704.00
Pernambuco 92.43 5.88 1.32 0.37 77412.00
Rio Grande do Norte 92.05 5.71 1.93 0.31 5444.00
Segipe 91.75 6.54 1.47 0.24 28828.00

Previsão sazonal e sub-sazonal para o Brasil

Na escala climática sazonal, há um estado de indefinição. Os indicadores oceânicos mostram que o Oceano Pacífico está com temperaturas acima da média, mas por outro lado, a atmosfera ainda não apresenta os sinais característicos de um El Niño. A maior parte dos modelos dinâmicos e estatísticos preveem aquecimento leve (1.0C) do Oceano Pacífico no prazo de 1 a 2 meses. Portanto recomenda-se um estado de atenção em relação a um possível El Niño ainda este ano. A previsão por consenso entre o Climate Prediction Center (NOAA) e o International Research Institute (Columbia University) adota 80% de chance (normalmente seria de 33,3%) para a ocorrência de um El Niño fraco ainda este ano. As previsões sazonais de chuva do International Research Institute (produzidas em Novembro de 2018) indicam chances significativas de chuvas acima da média no extremo norte do semiárido, para o trimestre Dezembro-Janeiro-Fevereiro (DJF/2018-19). Nas demais regiões não há sinal confiável. Em um cenário oposto, as previsões elaboradas pelo CPTEC/INMET/FUNCEME (produzidas em Outubro de 2018) mostram condições desfavoráveis no centro-sul do semiárido. Esta discrepância pode estar indicando uma elevada incerteza em relação ao panorama previsto. Em termos históricos, o norte do semiárido apresenta uma bem conhecida relação entre El Niños e déficit de chuva. Assim, dado que espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção antecipada. No setor centro sul do semiárido (norte de MG e Bahia) há condições para chuvas acima da média a partir da última semana de Novembro. Em escalas mais longas (subsazonal) há indicações de que um pulso da OMJ possa influênciar positivamente as chuvas na primeira semana de Dezembro.

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