A precipitação média espacial, acumulada durante o período de 01 de outubro a 31 de dezembro de 2018, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as sub-bacias de captação do Sistema Cantareira (7 pluviômetros do DAEE/ SAISP[1] e 23 pluviômetros em operação do CEMADEN), foi de 506 mm (504 mm[1]), o que representa 45% (44%[1]) da média climatológica do período chuvoso (1133 mm) (Figura 1). Para o mês de dezembro de 2018, a precipitação média espacial foi de 164 mm (179 mm[1]), o que representa 79% (86%[1]) da média climatológica para este mês (208 mm).
A vazão média afluente ao Sistema Cantareira (Sistema Equivalente + Paiva Castro) durante o período de 01 de outubro a 31 de dezembro de 2018, de acordo com dados da SABESP[2] e da ANA[3] foi de 28,1 m3/s, 44% abaixo da vazão média para a estação chuvosa (50 m3/s). Para o mesmo período, a vazão de extração total foi de 27,5 m³/s e a vazão de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 6,7 m³/s. Ainda de acordo com a mesma fonte, para o mês de dezembro de 2018, a vazão média afluente foi 34,8 m3/s, o que representa uma redução de 21% em relação à vazão média mensal histórica (44 m3/s). Para o mesmo período, a extração média de água do Sistema Cantareira para o sistema elevatório Santa Inês (Qesi), que abastece a cidade de São Paulo, foi de 24,2 m3/s, e a vazão de jusante (Qjus) que contribui com a bacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (bacia PCJ) foi de 3,6 m³/s. Juntas, estas duas vazões representam a extração total do sistema Cantareira, que foi de 27,8 m³/s. Ainda no mês de dezembro, a vazão de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 5,8 m³/s.
As previsões baseadas no modelo numérico GFS/NOAA[4] indicam que nos próximos 10 dias são esperadas precipitações irregulares e com valores acumulados inferiores à média histórica na região de abrangência da Bacia (Figura 2). A Figura 3 mostra as previsões (tendência) de chuva para a segunda semana, onde, tanto na bacia do Cantareira quanto na maior parte da região central do Brasil, prevalecem condições de escassez pluviométrica. Essa tendência poderia, inclusive, se estender até o final do mês de janeiro.
[1] DAEE / SAISP: Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo / Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo.
[2] SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo/Situação dos Mananciais.
[3] ANA: Agência Nacional de Águas.
[4] GFS/NOAA: Global Forecast System/ National Oceanic and Atmospheric Administration
A figura 4 apresenta, apresenta, apresenta, além das vazões médias mensais observadas, as projeções de vazão média mensal afluente (em m³/s), usando a média dos membros de previsão de vazão para o período 06 a 15 de janeiro de 2019 (conforme apresentado na figura 7), e cenários de precipitação para o período de 16 de janeiro a 30 de setembro de 2019. Foram considerados cinco diferentes cenários de precipitação: média climatológica, 25% acima da média climatológica, 25% e 50% abaixo da média climatológica e um cenário crítico de precipitações iguais às ocorridas entre 16 de janeiro de 2013 a 30 de setembro de 2014. As simulações indicam que, considerando um cenário de chuva na média histórica, a vazão média mensal no período de janeiro a abril de 2019, no Sistema Cantareira, seria 44 m3/s, o que representa 75% da média histórica desse período (59 m3/s). Considerando o período de janeiro a setembro de 2019, a vazão média mensal seria 40 m3/s, ou seja, 76% da média histórica, para esse período (42 m3/s).
Da análise da evolução hipotética das chuvas utilizando: a previsão e as projeções de vazões; vazão de extração para a estação elevatória Santa Inês (Q esi) de acordo com as regras condicionais estabelecidas pela resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925; vazão defluente (Q jusante) para as bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) igual à média praticada nos anos 2014 a 2016, para as estações seca e chuvosa; e aporte de interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, cuja vazão média é 5,13 m³/s, para os períodos em que a simulação indique condição de armazenamento abaixo de 60% da capacidade do reservatório, de acordo com as regras estabelecidas pela Resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925 e Resolução ANA Nº 1.931, no cenário de precipitações pluviométricas na média climatológica, o reservatório estaria em 30 de setembro de 2019 com 488 hm³, correspondente a 50% de sua capacidade. Na simulação sem a interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, o reservatório estaria com aproximadamente 487 hm³ (50% de sua capacidade).