Acordos de intercâmbios científicos e tecnológicos foram discutidos entre os países do Brics, na Sessão Especial – realizada na Rússia e coordenada pelo Cemaden – para tratar sobre “Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais em Regiões Costeiras”. As reuniões ocorreram durante a XXVI Conferência Conjunta de Regiões Costeiras de 2016, EMECS 11, realizado no período de 22 a 27 de agosto.
Dentro do acordo de cooperação multilateral entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – países que integram o Brics – o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações fez a abertura e coordenou a Sessão Especial “Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais em Regiões Costeiras”, em Petersburgo, na Rússia, na semana passada, nos dias 22 a 27 de agosto.
O Cemaden foi designado para coordenar o Plano de Trabalho, entre 2015 e 2018, na área de prevenção e mitigação de desastres naturais, uma das áreas prioritárias de discussão entre os países do Brics. O acordo de cooperação entre os países do Brics foi realizado em 2015.
Na sessão especial da conferência científica, realizada na Universidade Estadual de Hidrometeorologia da Rússia (Russian State Hydrometeorological University – RSHU), o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, apresentou aos países do Brics as experiências do Brasil no sistema de monitoramento e alertas, mostrando as estratégias interministeriais de gestão de desastres naturais, desde o mapeamento das áreas de risco, prevenção, resposta e mitigação de desastres naturais.
Entre as articulações, foi estabelecido que o Grupo de Trabalho dos Brics – em Desastres Naturais – deverá constituir sub-grupos para tratar de temas específicos, uma vez que as características e tipos de desastres não são, necessariamente, comuns aos países.
“Nos acordos entre os países, definiu-se formalizar os projetos de cooperação técnica e, para o incentivo às pesquisas, realizar intercâmbios científicos entre os pesquisadores.”, destaca o diretor do Cemaden, informando que esses intercâmbios podem ser financiados pelas agências de fomento, por meio de acordos bi ou multilaterais.
As reuniões ocorreram durante a Conferência Conjunta de Regiões Costeiras (EMECS 11) com o tema “Gerenciamento de Riscos nas Regiões Costeiras em um mundo em mudança”. Foram discutidas, também, a situação atual das áreas prioritárias em cada um dos países Brics, considerando a posição geográfica e as diversas questões na prevenção e mitigação de desastres naturais.
Apresentação de pesquisa científica do Cemaden
O climatologista José Marengo, chefe da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, apresentou, durante a conferência, o trabalho científico sobre a avaliação de vulnerabilidade no litoral e a tomada de decisão dos gestores, com base nos estudos de adaptação para a elevação do nível do mar na cidade de Santos, no estado de São Paulo. Essa pesquisa integra o “Projeto Metrópoles”, envolvendo uma equipe multidisciplinar formada por cientistas sociais e naturais do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos. Nesse projeto de cooperação internacional, avaliam os processos de tomada de decisão locais, fornecendo dados aos gestores urbanos locais para planejarem ações voltadas à adaptação e minimização dos impactos, com relação à subida do nível do mar.
“O projeto visa ajudar as comunidades costeiras a entender melhor os fatores que facilitam ou dificultam as ações e a tomada de decisões, relacionadas ao planejamento para adaptação ao risco.”, explica José Marengo.
Cooperação entre os países do Brics
No acordo de cooperação entre os Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ( países do Brics), firmado dia 18 de março de 2015, os termos aprovados entre os países estão inclusos em dois documentos: a Declaração de Brasília e o Memorando de Entendimento sobre a Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Na programação da EMECS 11 – XXVI Conferência Conjunta de Regiões Costeiras “Gerenciamento de Riscos nas Regiões Costeiras em um Mundo em Mudanças” foram discutidas a situação atual das áreas prioritárias em cada um dos países que compõem o Brics, considerando a posição geográfica e as diversas questões na prevenção e mitigação de desastres naturais.