Avaliação das condições de seca para os últimos 90 dias de acordo com o cálculo dos percentis dos dados de precipitação
A avaliação do Percentil para os últimos 90 dias (período entre os dias 06 de agosto a 03 de novembro) indica uma ligeira diminuição das áreas que apresentam a condição de “Muito Seco”, em relação ao mês anterior (setembro). Estas áreas estendem-se pela da Zona da Mata e chegam a atingir o Agreste, ambas concentradas mais ao norte. Municípios inseridos nas porções centrais do Maranhão, Piauí e Ceará, norte do Espírito Santo e leste da Bahia apresentaram a condição de “Seco”.
São consideradas as seguintes classificações: Muito Seco (precipitação abaixo do percentil 15); Seco (precipitação entre os percentis 15 e 35); Normal (entre os percentis 35 e 65); Se em um determinado período uma região foi classificada como “Muito Seca”, isto significa que o acumulado de chuva desta região foi classificado dentre os 15% menores valores da série. O padrão “Seco” inclui as regiões que apresentam precipitação no intervalo entre 15% e 35% dos valores mais baixos da série, e, assim, sucessivamente.
Risco agroclimático para o período de 01/10/2015 a 31/10/2016
Segundo a avaliação do número de dias com déficit hídrico (modelo de balanço hídrico) para o ano hidrológico de 2015/2016, que teve inicio no mês de outubro, no período de 01 de outubro de 2015 a 31 de outubro de 2016, 10 municípios foram classificados como de risco MUITO ALTO (mais que 75 dias com déficit hídrico) e 91 municípios como de risco ALTO (entre 60 a 75 dias com déficit hídrico). O número de municípios considerados com risco MUITO ALTO se manteve em relação ao mês anterior.
São consideradas as seguintes classificações: Risco Muito Alto (mais que 75 dias com déficit hídrico), Risco Alto (entre 60 a 75 dias com déficit hídrico), Risco Moderado (entre 40 a 60 dias com déficit hídrico) e Risco baixo (até 40 dias com déficit hídrico).
Índice VSWI: Porcentagem do município impactado pela seca (áreas de pastagens e agrícolas) no mês de outubro de 2016
Considerando os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens, em relação ao mês anterior (setembro), a situação de seca se manteve principalmente na porção leste da Região Semiárida nos municípios inseridos nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Regiões do norte do Piauí, Ceará, oeste de Minas Gerais e Espírito Santo mantém a condição de seca observada no mês anterior. Considerando as poucas regiões onde o calendário de plantio se inicia no mês de outubro e novembro, e, portanto, o ciclo fenológico pode estar em curso, as áreas de possíveis impactos agrícolas se restringem a municípios inseridos nos Estados da Bahia, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais. Nestas regiões, de acordo com o índice VSWI, 63 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas no mês de outubro de 2016. As áreas impactadas pela seca somam cerca de 4 milhões de hectares (Tabela).
Tabela 1. Avaliação da Extensão dos Impactos da Seca
UF | Número de Municípios com mais de 50% de área impactada | Área Impactada (ha) | Número de Estabelecimentos de Agricultura Familiar Impactados |
---|---|---|---|
BA | 14 | 795.065,09 | 26.313 |
CE | – | – | – |
PI | – | – | – |
PB | – | – | – |
AL | – | – | – |
RN | – | – | – |
MA | 5 | 304.264,70 | 4.327 |
SE | – | – | – |
ES | 22 | 1.252.725,15 | 20.846 |
PE | – | – | – |
MG | 22 | 1.579.521,98 | 13.530 |
TOTAL | 63 | 3.931.576,92 | 65.016 |
Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal
O cenário climático atual é de neutralidade em relação a episódios de El Niño ou La Niña. O trimestre Novembro a Dezembro 2016 a Janeiro de 2017 (NDJ/2016-2017) pode marcar a transição para um episódio de La Niña, provavelmente com fraca intensidade e curta duração. A evolução climatológica (histórica) das precipitações no trimestre NDJ/2016-2017 indica que as chuvas devem mais frequentes no centro-sul da Bahia, norte de Minas Gerais e Espírito Santo, e nos estados do Maranhão e Piauí. Portanto, a atenção deve estar focada nos municípios localizados no setor NE (nordeste) do semiárido, para os quais não há condições climatológicas de precipitação e já apresentam quadro de grave déficit hídrico. A previsão climática sazonal de chuva (MCTIC) para NDJ/2016-2017 mostra, para toda a região Nordeste do país, uma previsão na qual os três cenários (acima-dentro-abaixo da média) são igualmente prováveis, indicando a incerteza associada com esta previsão.