As experiências e metodologias de mapeamento das áreas de risco de desastres geo-hidrológicos, além de sua importância como base do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil para as ações de monitoramento e alerta, prevenção e resposta a esses desastres, foram discutidas na Série de Debates do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Transmitido pelo Canal YouTube, a Série de Debates do Cemaden, realizada no último dia 22 de abril, na abordagem do tema “Mapeamento de risco” teve como palestrantes o coordenador-executivo de Risco Geológico, Júlio César Lana, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM- do Ministério das Minas e Energia)), e a representante da Coordenação da Defesa Civil do Estado do Paraná, Fabiane Acordes.
“O risco geológico é uma intersecção entre as situações de perigo geológico (instabilidade de encostas, deslizamentos, quedas de blocos de rocha entre outros) e os elementos vulneráveis (como o segmento da população de baixa renda e a economia afetada pelo desastre geo-hidrológico).”, afirma o geólogo Júlio César Lana, da CPRM. Explica que os riscos geológicos estão, diretamente, associados às perdas patrimoniais e às perdas sociais, como a vida humana, enfatizando a importância dos investimentos para conhecimento das áreas de riscos geo-hidrológicos e para a ações de prevenção e resposta. Mostrou o mapeamento das áreas de risco como base do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, os instrumentos normativos da legislação no Brasil, as metodologias para o mapeamento das áreas de risco e o percentual de ocorrências geo-hidrológicas em cada região brasileira.
Para a geóloga Fabiane Acordes, da Defesa Civil do Paraná, os desastres geo-hidrológicos são eventos complexos, envolvendo diversas escalas, atores e níveis. “Essas interações é que motivam o trabalho na área de mapeamento. Para conhecer o processo perigoso, são analisadas as variáveis físicas do ambiente e as variáveis humanas.”, destaca a pesquisadora, explicando que sempre existirá um risco residual, uma vez que o risco pode ser gerenciado e/ou reduzido, mas não pode ser completamente eliminado, pois está lidando com um sistema natural dinâmico. Apresentou, também, as experiências de mapeamento das áreas de risco e as ações pós-desastre de março de 2011, ocorrido na região serrana do Paraná. Mostrou as metodologias e estudos dessa região e a elaboração da Carta Geotécnica síntese para adequar a ocupação frente aos desastres na área leste da Serra do Mar, bem como as adequações dos estudos para o Plano da Defesa Civil na gestão local dos desastres.
Projeto ELOS
O pesquisador do Cemaden e moderador da Série de Debates, Victor Marchezini, coordena o Projeto ELOS – junto a equipe de pesquisadores do Cemaden – para fazer o diagnóstico das necessidades e capacidades das defesas civis municipais, para elaboração do fortalecimento da implementação da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil nos municípios brasileiros.
Lançado em fevereiro deste ano, o Projeto ELOS é desenvolvido pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) – por meio de cooperação internacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Cemaden/MCTI.
As discussões das temáticas apresentadas pela Série de Debates têm contado também com a participação ativa de Defesas Civis estaduais e municipais, além de pesquisadores, profissionais e estudantes da área de gestão de desastres.
Para assistir na íntegra as apresentações e discussões sobre “Mapeamento de risco”, pode acessar o Canal YouTube da Série de Debates pelo link:
Fonte: Ascom/Cemaden