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Cemaden debate o tema “Sistemas Comunitários de Alerta” no Dia Internacional para Redução de Risco de Desastres

A participação da comunidade na elaboração dos sistemas de alerta centrados na pessoa – uma das recomendações feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Marco de Sendai – foi o tema das discussões em webinário promovido pela “Série de Debates” do  Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), no último dia 13 de outubro, Dia Internacional para Redução de Risco de Desastres.

Na abertura do webinário, a coordenadora de Relações Institucionais e diretora-substituta do Cemaden, Regina Alvalá, fez um breve histórico sobre a importância da data comemorativa estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2016, com o objetivo de promover uma cultura global para a redução do risco de desastres, que inclui prevenção, mitigação e preparação. Também citou o a campanha “Sendai Sete”, feito pelo secretário das Nações Unidas, para promover uma das sete metas ao longo de sua duração de sete anos.

“Para 2020, a Meta “E” é a de aumentar, significativamente, o número de países que têm estratégias de redução do risco de desastres nacionais e locais.”, destaca a coordenadora, explicando que a data internacional enfatiza o acompanhamento do progresso das ações  feitas pelas nações signatárias do Marco de Sendai, focando a redução do risco de desastres, que envolva perda de vida, meios de subsistência e saúde.

Resultados compartilhados do artigo científico

A mediadora do encontro virtual, analista em C&T, Selma Flores,  iniciou a sessão da Série de Debates, na data o Dia Internacional para a Redução de Riscos de Desastres (13 de outubro), informando que o webinário tem o objetivo de compartilhar os resultados do artigo científico elaborado por pesquisadores, tecnologistas e analista do Cemaden, publicado na Revista de Estudos Latino-americanos em Riscos de Desastres. Além de trazer discussões teóricas e metodológicas sobre Sistemas Comunitários de Alerta, ou centrados nas pessoas, o artigo relata a experiência vivenciada pela equipe multidisciplinar do Cemaden, na Formação em Capacidades de Prevenção e Monitoramento, em Nova Friburgo (RJ), em dezembro de 2019. Explicou que a iniciativa e solicitação ao Cemaden do curso de capacitação surgiu da própria comunidade, por intermediação  da Cruz Vermelha de Nova Friburgo. A solicitação era a de obter informações científicas que os ajudasse a prevenir e lidar melhor com possíveis desastres, experiência já vivenciada no município, pelos impactos de um dos maiores desastres ocorridos no País:  o da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, em 2011.

No curso de formação e oficinas dadas por pesquisadores e tecnologistas da Sala de Situação do Cemaden, em dezembro último, participaram 72 pessoas integrada por: gestores e agentes de Defesa Civil, voluntários da Cruz Vermelha e outras entidades, agentes de Saúde, técnicos de instituições voltadas à área ambiental e até radioamadores.

Sistema de Alerta relacionado ao conhecimento de risco de desastres

O pesquisador do Cemaden, Victor Marchezine, da área de Desastres, destacou que os trabalhos inter e transdisciplinares para levar o conhecimento sobre riscos e vulnerabilidades são fundamentais para o sistema de alerta. “A Base de Dados do Cemaden permite não só a identificação espaço-temporal das ameaças (inundações, deslizamentos, secas), mas também, a quantificação das pessoas expostas nas áreas suscetíveis dessas ocorrências (dentro do trabalho Cemaden-IBGE).”, afirma o pesquisador. Enfatizou que esses conhecimentos trazem subsídios para o planejamento das políticas públicas direcionadas tanto às ações estruturais (como exemplo, obras de contenção de encostas e de saneamento), como também às ações não-estruturais ou estruturantes (exemplificadas, entre outras, nas ações educativas e dos sistemas de alerta).  “Para implementação de sistemas de alertas,  devem estar integrados: o conhecimento do risco, a capacidade de resposta, o monitoramento de risco e a comunicação desse risco.”, informa Marchezine.

A programação do webinário também  contou com as palestras :  “Ferramentas da Meteorologia para a prevenção de desastres”- Caroline Mourão, meteorologista da Sala de Situação do Cemaden;  “Monitoramento Geo-hidrológico: um olhar sobre a bacia hidrográfica” -Graziela Scofield, hidróloga da Sala de Situação do Cemaden e Daniel Metodiev, pesquisador em Geodinâmica do Cemaden, que abordou sobre a importância de conhecer os limiares de chuva deflagradora para a prevenção de movimentos de massa.

As apresentações e discussões do webinário “Sistemas Comunitários de Alertas” estão disponibilizadas no YouTube pelo endereço:  https://www.youtube.com/watch?v=NOpYZqiM_1k&t=1269s

O artigo “Sistemas Comunitários de Alerta de Risco de Desastres: Aspectos Teóricos e Metodológicos” publicado em julho/2020, na Revista de Estudios Latinoamericanos sobre Reducción del Riesgo de Desastres (Reder) está disponibilizado no endereço:

 http://www.revistareder.com/ojs/index.php/reder/article/view/49 

Fonte: Ascom/Cemaden

 

 

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