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Cemaden desenvolve ferramentas e metodologias de análise de risco de desastres geo-hidrológicos

 

A maioria dos eventos registrados nas cidades brasileiras – principalmente, nas áreas urbanas – tem a intensidade de chuva como um dos principais fatores que desencadeiam as enxurradas, inundações e os deslizamentos. Tecnologistas da Sala de Operação, pesquisadores  e profissionais da área de T.I. do Cemaden  analisaram as ocorrências e os registros de alertas emitidos, desenvolvendo plataformas computacionais para aprimorar o monitoramento e a emissão de alertas de risco de desastres socioambientais.

Tecnologistas e pesquisadores das áreas de Hidrologia, Meteorologia, Geologia, de Desastres Naturais e da T.I. do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações –  apresentaram, na tarde de ontem (dia 4), as novas metodologias e plataformas computacionais desenvolvidas para aprimorar a análise dos dados que subsidiam a emissão de alerta de risco de desastre. A apresentação ocorreu na sede do Cemaden, em São José dos Campos (SP), na Série de Debates, evento  que promove o intercâmbio científico, ampliando os debates e pesquisas sobre monitoramento e redução de riscos de desastres.

A maioria dos estudos para o desenvolvimento das novas ferramentas – as quais complementam os dados para o monitoramento das áreas de risco-  tiveram, como base, a análise dos registros de ocorrências de enxurradas, inundações e deslizamentos nos municípios monitorados, além da análise do registro de  alertas emitidos pela Sala de Operação do Cemaden.

O objetivo é desenvolver novas ferramentas e plataformas computacionais,  as quais permitam favorecer uma precisão no monitoramento, aprimorar os protocolos de envio de alerta, aumentando o tempo de antecedência da emissão do alerta

A iniciativa das pesquisas e desenvolvimentos ocorreu após o diagnóstico levantado no I Seminário Nacional de Avaliação dos Alertas do Cemaden, realizado em abril deste ano, com a participação de Defesas Civis estaduais e municipais, além de instituições de pesquisas e profissionais da área de gestão de risco de desastres. Os resultados desse seminário estão nos Anais disponibilizados no endereço :  http://www2.cemaden.gov.br/anais-do-i-seminario-nacional-de-avaliacao-dos-alertas-do-cemaden/

Desenvolvidas ferramentas computacionais de dados para o monitoramento das áreas de risco de desastres

Previsão quantitativa das chuvas – Um dos trabalhos desenvolvidos por pesquisadores e tecnologistas permite a consulta das previsões quantitativas de precipitações no mesmo ponto geográfico de cada pluviômetro automático do Cemaden. A ferramenta possibilita a consulta de previsões de chuvas para um prazo de 72 horas, na plataforma SALVAR ( sistema operacional que reúne grande quantidade de informações meteorológicas, hidrológicas, geológicas, topográficas, geotécnicas, demográficas, socioeconômica de todos os municípios monitorados, permitindo visualizar e monitorar os eventos extremos).

Com a nova ferramenta desenvolvida para a análise de dados – a qual disponibiliza as previsões provenientes do modelo americano GFS – será possível ampliar a precisão das análises de dados, desenvolvendo métodos de combinar e visualizar conjuntos de diferentes previsões de chuva, favorecendo o monitoramento e a emissão do alerta.

Determinação de Limiares (início) de Inundação – Outra ferramenta desenvolvida pelos tecnologistas da Sala de Situação e T.I  tomou por base as informações recebidas dos equipamentos que monitoram e analisam os níveis nos cursos de água nos municípios monitorados em tempo real. Esses equipamentos são denominados PCDs Hidro –  Plataformas de Coleta de Dados Hidrológicos instaladas pelo Cemaden.

Os eventos hidrológicos nem sempre são possíveis de serem alertados com antecedência. Por meio do histórico dos eventos ocorridos, as séries de chuva e do nível hidrológico registrados, foi possível estimar os limiares da inundação ( limite de fatores que iniciam o desastre).  O trabalho também permitiu verificar que as cotas de alerta e extravasamento nos municípios estavam corretas, estimando que os limiares de precipitação acumulada relacionada à inundação estavam coincidentes com os dados da Plataforma SALVAR, utilizada no monitoramento pelo Cemaden.

Estas informações são de máxima importância para a classificação dos municípios, regionalização dos regimes hídricos e, consequentemente, aprimorar os protocolos de envios de alerta hidrológicas.

Padronização dos registros no Cemaden para as ocorrências de inundação e movimentos de massa (deslizamentos) – Desenvolvido também, pelos tecnologistas da Sala de Operação e T.I. do Cemaden,  está sendo aprimorada uma ferramenta de apoio e padronização dos registros de ocorrências. Com isso, serão classificadas as ocorrências pelos parâmetros de magnitude do evento, precisão de horário e localização, fonte primária de informação, entre outros.

Nessa primeira etapa, foram classificadas cerca de 600 ocorrências registradas neste ano e elaborado um diagnóstico geral. O resultado considerado mais promissor do trabalho foi a operacionalização de um sistema de registro de ocorrências em um Banco de Dados categorizado, georreferenciado, com ferramentas de consulta avançada.

Entre as variadas perspectivas de aplicações desses dados,  está a visualização das ocorrências na Plataforma SALVAR e na tabela de alertas vigentes.

 Integração das necessidades da Sala de Operação para emissão de alertas – Esse trabalho desenvolvido pelos tecnologistas e T.I. tem o objetivo de garantir o desenvolvimento contínuo e de aprimoramento do Sistema de Alerta de Desastres Naturais (Siaden), sistema de envio de alertas do Cemaden para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração Nacional.

Foram atualizados e revisados os dados de cadastramento de alerta dos municípios monitorados. Os dados e registros das ocorrências são importantes subsídios para a criação de alertas. O objetivo é aprimorar a ferramenta de busca de alertas registrados no passado, auxiliando na tomada de decisão e agilidade no envio dos alertas.

Colaboração com o Projeto Gides – O Projeto de Fortalecimento das Estratégias Nacionais para a Gestão Integrada em Riscos de Desastres Naturais ( Projeto Gides)- firmado o entre o governo japonês e o governo brasileiro – teve suas atividades desenvolvidas entre os anos de 2013 e 2017. O objetivo foi o de dar suporte à formulação de políticas e ao desenvolvimento de metodologias, visando o aperfeiçoamento do gerenciamento dos riscos de desastres de movimentos de massa (deslizamentos).

Na parte de monitoramento e alerta, os pesquisadores e tecnologistas do Cemaden, junto aos pesquisadores japoneses, desenvolveram intercâmbio científico e de pesquisa em campo nas cidades piloto de Nova Friburgo e Petrópolis (RJ) e em Blumenau (SC). Os trabalhos resultaram na elaboração de um novo protocolo de monitoramento e emissão de alertas.

Tecnologistas, pesquisadores e T.I. do Cemaden realizaram uma análise da etapa experimental nesses municípios piloto, com referência aos alertas emitidos na fase operacional e experimental, dentro de uma linha do tempo.

Também, está sendo revisado o novo manual, envolvendo outras instituições do governo que desenvolveram as atividades em outros eixos do projeto. O Projeto Gides foi finalizado em Novembro de 2017 e o pós-Gides está sendo planejado para a inclusão dos novos manuais em outros municípios, de forma gradativa.

(Fonte : Ascom-Cemaden)

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