Diretor e pesquisadoras do Cemaden participaram do Workshop sobre Estimativa de População em Áreas de Riscos de Desastres Naturais no Brasil, evento organizado pelo Cemaden em parceria com o IBGE. Participaram também do evento representantes das instituições relacionadas à gestão de riscos de desastres naturais – CENAD, CPRM e ANA.
A utilização da base de dados de estimativa da população vivendo em áreas de rico no País – elaborada no âmbito da parceria entre o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – foi discutida no workshop, realizado na última quarta-feira (04), no Rio de Janeiro, promovido pelo Cemaden e IBGE. Participaram nas discussões representantes do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), da Agência Nacional de Águas (ANA) – ambas do Ministério do Desenvolvimento Regional – e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do Ministério das Minas e Energia.
No Workshop sobre Estimativa de População em Áreas de Riscos de Desastres Naturais no Brasil também foram discutidas a atualização da estimativa (considerando dados do Censo 2020), além da articulação entre as instituições presentes, visando a disseminação dos dados gerados e avanços futuros. A abertura do evento foi feita pelo Diretor de Geociências do IBGE, João Bosco de Azevedo e pelo Diretor do Cemaden, Osvaldo Luiz Leal de Moraes.
Temas apresentados e discutidos no workshop
A programação incluiu apresentações técnicas pelas instituições. A produção de bases territoriais e de dados censitários do IBGE foi abordada pelo coordenador de Geografia do IBGE, Claudio Stenner. A metodologia de setorização de áreas de riscos de inundações, enxurradas, enchentes e deslizamentos foi apresentada pelo pesquisador em Geociências da CPRM, Jorge Pimentel. O enfoque sobre o mapeamento de perigo e risco de acordo com a metodologia desenvolvida no Projeto Gides (Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais) foi feito pelo pesquisador em Geociências do CPRM, Thiago Dutra.
A pesquisadora do Cemaden Sílvia Saito apresentou a metodologia de estimativa de população exposta em áreas de riscos de inundações e deslizamentos em escala intra-urbana. A caracterização da população em áreas de risco em subsídios ao monitoramento e alertas do Cemaden foi abordada pela coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, pesquisadora Regina Alvalá. O monitoramento de eventos hidrológicos críticos relacionados a inundações foi feita pelo pesquisador da ANA, Geraldo Lucatelli. As ações da SEDEC – CENAD na prevenção, mitigação e respostas a desastres foram apresentadas pelo diretor do CENAD, Armin Braun.
Base de dados para fortalecimento da gestão de risco de desastres pelas instituições
Considerando a atuação da CPRM, da ANA e do CENAD na gestão de riscos de desastres naturais no Brasil, o foco principal da primeira parte do workshop foi a discussão sobre a relevância do uso da base de dados de estimativa da população vivendo em áreas de riscos, como subsídios às ações associadas à missão dessas instituições. Na sequência, em razão da periodicidade decadal dos Censos, em 2020 será feito novo levantamento sócio-demográfico. Isso permitirá a atualização da estimativa da população vulnerável ao risco de deslizamentos de terra, inundações e enxurradas.
Como um dos encaminhamentos relevantes do workshop, destacou-se a necessidade de aprofundar o intercâmbio de informações, com o objetivo de expandir os esforços para a realização de estudos científicos que foquem as vulnerabilidades. Esses estudos contribuirão para subsidiar o aprimoramento da gestão de ações de preparação, prevenção, mitigação, resposta e recuperação para a proteção e defesa civil, por meio do fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC, incluindo a articulação inter-institucional.
O Diretor do CENAD, Armin Braun, ressaltou a importância de disseminar a base de dados de vulnerabilidade da população para os municípios, as quais poderão subsidiar ações das Defesas Civis nas diversas ações da gestão de riscos de desastres.
Os coordenadores das instituições parceiras Cemaden – IBGE, Regina Alvalá e Cláudio Stener, destacaram que “caracterizar a população exposta em áreas de risco de movimentos de massa e inundações – incluindo atualizações periódicas das estimativas da população em risco – é essencial para avanços de metodologias voltadas para a identificação de áreas de especial atenção no contexto de monitoramento e alertas.”
Fonte: Cemaden