Na semana comemorativa do Dia Mundial da Água (22 de março), alunos de escolas de Taubaté e de São José dos Campos participaram de atividades educativas sobre a importância da proteção das margens dos rios e do seu entorno, a preservação da água e a redução do assoreamento dos rios para a prevenção de riscos de desastres socioambientais.
Cerca de 160 alunos das escolas de ensino fundamental de Taubaté e de São José dos Campos – municípios da região paulista do Vale do Paraíba – participaram do projeto de plantio de 140 mudas de árvores nativas em Áreas de Preservação Ambiental (APPs) da bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, nos dias 21 e 22 de março, na semana de comemoração do Dia Mundial da Água (22 de março).
Coordenadas pela equipe do Cemaden Educação, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as atividades educativas abrangeram diversas dimensões inter-relacionadas com o plantio das mudas: o restauro da mata ciliar dos rios, a proteção das margens dos rios, a redução do assoreamento e a prevenção de desastres socioambientais, como inundações e deslizamentos de encostas de morros. Além desses temas, foram abordados temas sobre preservação da água, melhoria da qualidade e conservação dos rios e de seu entorno, a redução do efeito estufa e a percepção da dimensão ética e estética das águas e florestas.
Em Taubaté, as atividades ocorreram na manhã de 21 de março, com a participação de estudantes da Escola Estadual José Mazella, para o plantio de árvores nativas às margens do Ribeirão das Antas, no Viveiro Florestal (Instituto Florestal de São Paulo), parceiro das ações.
Na quinta-feira, Dia Mundial da Água (22), 60 alunos do ensino fundamental da EMEF Professora Vera Babo de Oliveira e 10 alunos do ensino médio da Escola Estadual Ilza Irma Moeller Coppio, em São José dos Campos, fizeram o plantio das mudas às margens do rio Jaguari, afluente do rio Paraíba do Sul. Esta atividade contou com o apoio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Sustentabilidade.
Ainda, em São José dos Campos, ocorreu no Parque Vicentina Aranha –Sala de Leitura Reginaldo Poeta, em São José dos Campos, a “Conversa – Projeto Cachoeiras: Esporte, Ciência e a Comunidade”, com a participação do Cemaden, Inpe, Unesp e Unifei. O Cemaden Educação colabora com o Projeto Cachoeiras, em atividades de disseminação da ciência cidadã e de conhecimentos de prevenção de desastres socioambientais para as comunidades.
A participação da comunidade escolar e os resultados da experiência
A atividade em campo, com o plantio das mudas nativas e discussões, foram considerados muito produtivos para a educação ambiental e a redução de riscos de desastres nas comunidades escolares.
Para a pesquisadora do Cemaden, responsável pelo Cemaden Educação, antropóloga Rachel Trajber, as atividades desenvolvidas junto às escolas na semana comemorativa do Dia Mundial da Água são simbólicas e significativas:
“A atividade desenvolvida é bem mais complexa e contribui para um pensar mais amplo.”, explica a pesquisadora. “ Mostramos as conexões entre a cadeia alimentar, a água, a qualidade do ar, a preservação dos parques florestais e mata ciliar, enfim, a sustentabilidade planetária.”, enfatiza Trajber.
“Trabalhamos dia-a-dia com o conceito ‘sustentabilidade’ e a conscientização sobre a importância das árvores e do reflorestamento.”, afirma a professora Francele Ribeiro, da escola municipal Vera Brabo e informa: “ Os alunos trouxeram a ideia de, além da identificação do tipo da árvore, as placas trouxessem o nome de quem a plantou. Elas querem adotar a árvore e se responsabilizarem pela preservação de cada uma.”, afirma a professora Francele Ribeiro.
Para o professor Dimas Faria, professor da disciplina de Física no ensino médio, da escola estadual Ilza Irma Coppio, o trabalho em campo ajuda na aprendizagem com uma visão diferente, ampliando a aprendizagem : “Em 2016, realizamos o plantio de araucária em São Bento do Sapucaí junto aos alunos. Notamos que a experiência e conscientização ficam marcadas de forma positiva para o resto da vida.”, afirma o professor.
“No plantio dessa muda, sei da contribuição da árvore para o ar, a renovação do oxigênio e a melhoria da qualidade de vida.”, afirma Mariana Souza Cândido, de 11 anos, da Escola Vera Brabo, que nesse dia também aprendeu sobre a importância das árvores para a conservação da água e a prevenção de desastres.
“Além de conhecer os nomes e tipos de árvores, também achei importante aprender como plantar e preservar a natureza. Sei que vai contribuir para a mata ciliar do rio, dar sombra e trazer a beleza ao ambiente.”, diz Giovanna Evelyn, 12 anos, cursando o 7º ano da escola Vera Brabo .
“Muito gratificante essas práticas em campo, para assimilar o conhecimento e poder repassar às pessoas.”, lembra Thais Batista, 17 anos, estudante do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Ilza Irma. “Poderemos repassar sobre a importância das árvores e da mata ciliar para preservar as nascentes, ajudar na qualidade do ar e na preservação da água.”
“O plantio da árvore pode melhorar a qualidade da água e do clima. As árvores ajudam na umidade do ambiente e contribui para a formação de chuva.”, explica Arthur Nycolas, 12 anos, do 6º ano da Escola Municipal Vera Brabo.
Projeto do plantio das mudas de árvores e a redução do efeito estufa
A atividade do plantio de árvores nativas foi planejada desde o lançamento da campanha de compensação de gases de efeito estufa, durante a realização, no ano passado, da 14ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), no Vale do Paraíba, com o tema “A Matemática está em tudo!”. Nesse evento, houve a participação de cerca de 400 estudantes da rede escolar de diversas cidades da região, organizado pelo Cemaden Educação, Unesp e Inpe, em São José dos Campos, entre os dias 25 e 28 de outubro.
Na programação da SNCT, foram previstas ações de educação ambiental e de redução de riscos de desastres, entre elas, a de compensação de carbono. Foi desenvolvido estudo, contabilizando a emissão total CO² (gases de efeito estufa) emitidos durante o evento, pelo professor Getúlio Martins (Faculdade de Roseira) e, posteriormente, a produção de mudas de espécies nativas pelo Viveiro Florestal de Taubaté.
O projeto de plantio das mudas de árvores nativas na bacia hidrográfica do Paraíba do Sul contou com a parceria do Viveiro Florestal de Taubaté do Instituto Florestal (unidade do Sistema Ambiental Paulista), com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade Estadual Paulista (Unesp-de São José dos Campos), da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade da Prefeitura de São José dos Campos, das empresas Visiona e Selper, do Colégio Poliedro e do Projeto Cachoeiras.
(Ascom-Cemaden)