Os pesquisadores da área de Hidrologia do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) – órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação – estão na região de Porto Velho e do município de Guajará-Mirim, no Estado de Rondônia, desde a semana passada, realizando o monitoramento dos níveis do Rio Madeira e mapeando os pontos vulneráveis às inundações, principalmente, nos trechos das rodovias BR-364 e RO-425. Os dados técnicos coletados sobre a evolução das cheias visam aprimorar os novos protocolos de alertas à população local, para que sejam antecipados esses alertas sobre os impactos nas áreas vulneráveis às inundações e alagamentos.
Além dos levantamentos de dados, nesta semana, o Cemaden também vem trabalhando de forma integrada a outras instituições envolvidas no monitoramento e alerta às cheias do Rio Madeira.
Na semana passada (22.01), o Cemaden participou da reunião coordenada pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) – vinculado ao Ministério da Integração Nacional – com a presença da Agência Nacional de Água (ANA), da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), além da Defesa Civil de Rondônia e do Acre, entre outros representantes da sociedade, para monitoramento integrado do Rio Madeira.
O Cemaden apresentou a previsão de chuvas sobre a área da bacia hidrográfica na região de Porto Velho. O prognóstico mostrou que as precipitações de até 200 mm – acumuladas em 10 dias – estão dentro da média, na região das nascentes das bacias dos Rios Beni e Madre de Dios. Apontaram possibilidades de inundações em áreas vulneráveis, ainda que inferiores às ocorridas no mesmo período em 2014.
Os primeiros levantamentos indicam que, neste ano, haverá impactos da cheia sazonal do Rio Madeira, uma vez que a vazão está aumentando. O nível na barragem de Jirau (a 120 km de Porto Velho, em Rondônia) vem se mantendo constante (em torno de 90 metros). Porém, o nível do rio próximo ao distrito de Abunã (localizado a 230 km de Porto Velho) vem subindo, ligeiramente, em razão do aumento da declividade da superfície da água e da vazão.
Na terça-feira (27.01), a vazão do Rio Madeira era de 34 mil m3/segundo. Quando o rio superar essa vazão, ao chegar em torno de 45 mil m3/segundo, é possível que ocorra o início da inundação da Rodovia BR-364, no trecho próximo ao antigo distrito Mutum-Paraná (a 90 km de Porto Velho), conforme previsão dos hidrólogos do Cemaden.