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Cemaden participa de pesquisa internacional sobre extremos climáticos no sudoeste da Amazônia

Sob o incentivo da Organização Meteorológica Mundial (OMM), equipe de pesquisadores do Cemaden desenvolve projeto de pesquisa internacional para estudar a potencial incorporação de previsões subsazonais (3 a 4 semanas) em um sistema de alerta. O  objetivo é avaliar a previsão de eventos extremos com forte impacto social e econômico. A análise científica de ondas de calor e veranicos poderá ter aplicação em setores produtivos no estado do Acre, como por exemplo, na  pesca, saúde e fornecimento de água.

Avaliar a previsibilidade de eventos extremos e estudar os casos de condições meteorológicas extremas e os impactos deflagrados são os focos de estudos de uma equipe de pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, no subprojeto denominado “Extremos”, dentro do projeto internacional “Previsão Subsazonal a Sazonal (Subseasonal to Seasonal- S2S)”, da Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization). O objetivo é levantar informações científicas do clima e de previsões meteorológicas para dar subsídios para a tomada de decisões dos setores governamental e econômico no estado.

O projeto científico será conduzido por pesquisadores do Cemaden, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais do governo do Acre, da Universidade Federal do Acre, do Departamento de Economia da Universidade Federal do ABC e do centro de pesquisa norte-americano (Woods Hole Research Center, EUA). Esta pesquisa atende o  Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Cemaden. o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Acre.  A finalidade desse projeto piloto é desenvolver ciência integrada com ações locais para subsidiar o aprimoramento das ações da Sala de Situação do Estado, e futuramente ser expandido para outras regiões do país .

Redução do risco de desastres

“As previsões subsazonais podem integrar um Sistema de Alerta Antecipado e também serviços climáticos para a redução do risco de desastres socioambientais”, enfatiza o pesquisador do Cemaden, Christopher  Cunningham, que coordena o projeto. “Os desastres são intrinsecamente multidisciplinares e colocam novos desafios para os governos, à comunidade científica e para as tomadas de decisões políticas, focando os  que sofrem danos e perdas”, complementa o pesquisador.

O pesquisador do Cemaden informa que o Sistema de Alerta Antecipado (Early Warning System–EWS) pode fornecer informações, conhecimentos e ferramentas para reduzir o risco de desastres. A pesquisadora do Cemaden, Liana O. Anderson, explica que a pesquisa interdisciplinar também permite a abrangência científica no conhecimento de risco, no serviço de monitoramento e alerta, na divulgação e comunicação e na capacidade de agir antecipadamente, frente à provável ocorrência de eventos climáticos extremos. “A integração destas ações, potencialmente, reduz a possibilidade de um desastre, isto é, a materialização e concretização do risco através da vivência de danos, perdas e prejuízos”, complementa pesquisadora.

A Pesquisa no Brasil com aplicação no Acre

O projeto de pesquisa internacional da Organização Meteorológica Mundial envolve instituições e pesquisadores de diversos países que vão estudar, em variadas localidades do planeta, os casos de condições meteorológicas extremas que podem deflagrar grandes impactos, a previsibilidade de eventos extremos na escala de tempo subsazonal (tais como ondas de calor e frio e inundações) e a previsão subsazonal de tempestades tropicais.

No âmbito do subprojeto “Extremos”, a pesquisa realizada no Brasil é intitulada “Ciência para os Cidadãos:  Adaptação de previsões sazonais para sistemas de alerta antecipado no sudoeste da Amazônia, no Estado do Acre”.

Durante as últimas três décadas, o Acre demonstrou ser particularmente susceptível a extremos climáticos que deflagraram a ocorrência de inundações e secas. Quatro grandes eventos de seca afetaram a região: em 1997-1998, 2004-2005, 2009-2010 e 2015-2016. Os eventos ocorridos no período de 2005 e 2010 foram considerados um dos maiores eventos extremos de seca do século, em termos de intensidade, conforme estudos do coordenador-geral de Pesquisas do Cemaden, meteorologista e climatologista José Marengo.

Outros estudos demonstram ainda que, durante as secas, eventos subsazonais (ondas de calor, períodos de seca e rajadas de vento) podem ter contribuído para aumentar os impactos locais. O projeto de pesquisa foi estruturado para incorporar e conciliar a orientação de três programas internacionais: o Quadro Global para Serviços Climáticos, o Marco de Ação de Sendai para a Redução do Risco de Desastres e o Projeto Subsazonal ao Sazonal.

Informações dos projetos de pesquisa da Organização Meteorológica Mundial estão nos links :  Subseasonal to Seasonal (S2S) (http://www.s2sprediction.net/) e  do projeto “Extremos” http://www.s2sprediction.net/xwiki/bin/view/Main/Extremes.

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