O desenvolvimento do trabalho integrado e efetivo entre as instituições para a prevenção, monitoramento e aprimoramento dos alertas de risco de desastres, foi o principal objetivo da visita técnica da equipe de tecnologistas da Sala de Situação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) à Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) de Guarulhos (SP), no último dia 30 de outubro.
O tecnologista do Cemaden, geógrafo Rafael Luiz explica que Guarulhos é um dos municípios paulistas que mais registram ocorrências de deslizamentos e alagamentos, e, por consequência, um dos monitorados que mais recebem alertas de risco no Estado de São Paulo. Por isso, com o objetivo de incentivar a aproximação e troca de informações técnico-científicas entre Cemaden e Defesa Civil de Guarulhos, foi apresentada a proposta da participação no projeto piloto, coordenado pela pesquisadora do Cemaden, bióloga Luciana Londe e pelo tecnologista da Sala de Situação, Rafael Luiz. O projeto piloto é a criação de um Núcleo de Pesquisa-Ação em Apoio à Defesa Civil.
“O Núcleo de Pesquisa-Ação em Apoio à Defesa Civil pretende estabelecer um canal de comunicação direta entre o Cemaden e o município de Guarulhos como integrante do estudo piloto.”, afirma a pesquisadora Luciana Londe. “Essa comunicação seria por meio de um aplicativo institucional de mensagens entre Cemaden e Defesa Civil Municipal, permitindo o registro detalhado das ocorrências.” A pesquisadora explica que a ideia é desenvolver um trabalho a ser ampliado em outros municípios monitorados, permitindo traçar o “perfil” do município com relação às áreas de risco, às ocorrências e às ações tomadas para redução de riscos e desastres.
Para Rafael Luiz, da Sala de Situação do Cemaden, o uso de aplicativos de mensagem é uma realidade presente na vida de todos nós. “Com a Defesa Civil não é diferente, aliás, é a principal ferramenta de comunicação para diversas equipes de atendimento e emergência.”, afirma o tecnologista e complementa : “ Acredito que o Núcleo de Apoio possa munir o Cemaden com informações valiosas para desenvolver um alerta ‘customizado’, ou seja, com limiares pré-definidos, cada vez mais confiáveis e com maior precisão de informações sobre as áreas de risco”.
A articulação da visita técnica foi realizada pela analista em ciência e tecnologia, psicóloga Selma Flores, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden, que ressaltou a importância dessa iniciativa: “A aproximação com as Defesas Civis no Cemaden é algo que ocorre, muitas vezes, a partir da solicitação de visitas técnicas.”, explica a analista em C&T. “Nesse projeto piloto, o acolhimento das demandas de nossos parceiros prioritários se caracteriza como uma via de mão dupla : por um lado, a Defesa Civil põe em prática muitos conhecimentos científicos do Cemaden e, por outro lado, trazem informações e saberes valiosos extraídos de sua experiência para aprimorar os alertas do Cemaden.”
Visita técnica e das áreas de risco
A equipe do Cemaden conheceu a estrutura e rotina de trabalho dos agentes de Defesa Civil de Guarulhos e também o bairro Recreio São Jorge, uma das áreas de risco mais críticas do município. Foi realizada uma visita à Central de Inteligência Integrada de Guarulhos, que monitora 24 horas por dia, via câmeras, as principais áreas do município. Nessa sede, a Defesa Civil atende as solicitações e monitora em conjunto com outros órgãos como SAMU, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
O coordenador da Defesa Civil de Guarulhos, Waldir Pires, recepcionou a equipe do Cemaden, que foi acompanhada na visita da sede e nas áreas de risco pela equipe da Defesa Civil do município integrada pelo: engenheiro civil, Bruno Maresca; agrimensor João Paulo Pinheiro; geólogo Henrique Tanganelli; gestor ambiental Eduardo França dos Santos; administrador André Luiz Monçao e pelo agente Ivanildo Paulino da Silva.
A equipe do Cemaden que realizou a visita técnica no município de Guarulhos foi integrada, além do tecnologista da área de Desastres Naturais, Rafael Luiz e da analista em C&T, Selma Flores; também pelo tecnologista em Geodinâmica em Desastres, Juliano Martins Coelho e pela tecnologista em Extremos Meteorológicos, Caroline Mourão. Os tecnologistas da Operação avaliaram que o trabalho de monitoramento e emissão de alertas pode ser mais efetivo, mantendo maior aproximação com as Defesas Civis. Consideram que esse trabalho integrado possibilita a constante atualização de informações e detalhamento das áreas de risco, já que se trata de um processo dinâmico na área de gestão de desastres.
Fonte: Ascom/Cemaden