Um artigo científico, no modelo de “carta”, elaborado por cientistas brasileiros, divulgada pela Revista Nature Ecology and Evolution, demonstra que a taxa de desmatamento da Amazônia brasileira em 2020 é a maior da década.
Como parte das medidas do Brasil para atingir as metas estabelecidas para redução das emissões de gases de efeito estufa, a Política Nacional sobre Mudança do Clima, estabelecida em 2009, se comprometeu a reduzir a taxa de desmatamento na Amazônia em 80% até o ano de 2020.
Em 2012, o Brasil alcançou um feito sem precedentes entre os países tropicais ao reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia em 84% (4.571 km 2 ) em comparação com o pico histórico de 2004, quando 27.772 km 2 de florestas foram derrubadas. Essa conquista resultou em múltiplas iniciativas governamentais, principalmente do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e pelas pressões internacionais, na parte econômica de produtos agropecuários.
No entanto, desde 2013, as taxas oficiais de desmatamento têm apresentado tendência de aumento, piorando nos últimos dois anos. Em 2020, o Programa de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal (PRODES) estimou o desmatamento em 11.088 km 2, com base em 45% da área monitorada. Isso representa um aumento de 47% e 9,5% em relação a 2018 e 2019, respectivamente, sendo o maior índice da década. A taxa de desmatamento para 2020 é 182% superior à meta estabelecida de 3.925 km 2 e representa uma redução de apenas 44% ao invés dos 80% previstos na lei.
As análises e dados apresentados por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- ambas unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – na publicação da Revista Nature Ecology and Evolution, Volume 5 -Ecologia e evolução da natureza – estão disponibilizados no link : https://www.nature.com/articles/s41559-020-01368-x
Fonte: Ascom/Cemaden