Investir mais na Educação para Redução do Risco de Desastres (ERRD)- ampliando as reflexões críticas – incentiva as ações transformadoras na sociedade, diminuindo as vulnerabilidades sociais e aumentando a sustentabilidade socioeconômica e ambiental. Esses foram os pontos convergentes apresentados pelos especialistas da área de Educação, convidados a debater sobre a importância do tema “E a Educação?” para o engajamento na Campanha #AprenderParaPrevenir 2020, no segundo webinário realizado, hoje (23), organizado pelo Cemaden Educação, programa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Comunidades sustentáveis e parcerias para ações de ERRD
O coordenador do Departamento de Geografia, prof. Sérgio Luiz Damiati, da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC-SP), foi um dos participantes do debate sobre Educação na prevenção dos riscos de desastres. Trabalhando diretamente na temática, desde 2011, junto aos profissionais de Educação e da Defesa Civil Estadual de São Paulo, fez um breve histórico de todas as ações pedagógicas, como: cursos, seminários, capacitação de professores, material de apoio e atividades pedagógicas para trabalhar a temática junto aos professores e alunos, inclusive com a participação do Cemaden Educação. Também discorreu sobre a importância da inclusão da disciplina “Educação para Redução do Risco de Desastres (ERRD)” no currículo escolar. “É importante destacar que o trabalho da ERRD incentiva os debates e ações junto às comunidades voltadas à sustentabilidade”, afirma Damiati e complementa: “Importante também realizar parcerias para articular os trabalhos com todos os segmentos da sociedade.” Foram apresentados os vídeos gravados por três professoras da rede estadual de Educação, dando depoimentos sobre as experiências e ações junto à comunidade escolar, nas atividades voltadas às questões ambientais e prevenção de desastres.
Educação e reflexão crítica sobre vulnerabilidades e desigualdades sociais
O prof. Anderson Sato, vice-diretor do Instituto de Educação de Angra dos Reis, da Universidade Federal Fluminense (UFF) mostrou a experiência e a contribuição dos Cursos de Formação de Agentes Locais em Desastres ( que também teve a parceria do Cemaden Educação). Durante os três anos, preparou 300 profissionais de diversas áreas (incluindo a da Saúde), no tema de ERRD. Explicou que Angra dos Reis é um município com multirriscos (deslizamentos, inundações, chuvas intensas, duas usinas nucleares e um terminal de petróleo). Cerca de 66 mil pessoas residem em áreas de risco, representando 40% da população e 20.913 domicílios em áreas de risco. “Para trabalhar na educação crítica, abordando proteção, é fundamental discutir a fundo as causas da exposição pela qual a população mais vulnerável está sujeita.”, afirma Sato, enfatizando a importância de investir na Educação RRD, para ampliar as reflexões sobre as questões sobre vulnerabilidades, desigualdades sociais, além de promovendo a interação para implementar a sustentabilidade ambiental.
Educação: reflexão sobre questões sociais, ações transformadoras e construção do diálogo
O prof. Marcos Sorrentino, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (USP), concorda com os palestrantes no ponto de ser considerada fundamental a construção de uma educação crítica e transformadora, para uma resiliência revolucionária, e ações voltadas para a sustentabilidade. Para isso, ele destaca quatro pontos no processo de sustentabilidade da vida e inclusão de cada indivíduo: a recuperação da capacidade de indignação (ou não aceitação do que parece natural); agir para a superação das questões mais imediatas; Direito de todos terem acesso à Educação; diálogo e ação para construir nova cultura da terra, da Terra (mundo) e do território. “Na parte da Educação, é importante estarmos incumbidos na transformação e na construção de projetos políticos-pedagógicos no município, envolvendo toda sociedade.”, afirma Sorrentino.
O webinário da Campanha #AprenderParaPrevenir teve a mediação da pesquisadora do Programa Cemaden Educação, Carla Panzeri, que fez também a apresentação de como participar da campanha. O debate contou com participação da coordenadora do programa, Rachel Trajber, que fez a abertura e encerramento do encontro virtual.
Os debates completos do 2º Webinário da Campanha #AprenderParaPrevenir estão disponibilizados no Facebook e no link do YouTube do Cemaden Educação : https://www.youtube.com/watch?v=RF-nE7bFKJY
O próximo webinário está previsto para ser realizado no dia 06 de agosto, para discutir sobre Vulnerabilidades.
Fonte: Ascom/Cemaden