Pela primeira vez, estudos sobre incêndios florestais – ocorridos em 22 países ibero-americanos, durante o período de 2001 a 2019 – comparam os dados sobre o número, extensão, gravidade e causa dos eventos, analisando a dimensão da exposição e vulnerabilidade das sociedades e ecossistemas, frente às mudanças climáticas.
Os relatórios sobre a ocorrência de incêndios nos países que integram a Rede Ibero-americana de Escritórios de Mudanças Climáticas (RIOCC), composta por 20 países latino-americanos e dois ibéricos (Espanha e Portugal), mostram que a área afetada pela média de incêndios na região RIOCC são alto e muito alto, com mais de 40 milhões de hectares queimados, anualmente. Isso representa entre 7% e 14% do total de área queimada em todo o mundo. Entre os países mais afetados na região latino-americana estão o Brasil e Bolívia (4% de seus territórios, principalmente, florestas úmidas), seguidos por Portugal (1,6%) da Península Ibérica.
A pesquisa foi publicada na parte que trata sobre Incêndios Florestais, no capítulo 12 do livro “Adaptação aos riscos das mudanças climáticas nos países ibero-americanos”- “Adaptación frente a los riesgos del cambio climático en los países iberoamericanos” – Informe RIOCCADAPT (2020), pela Editora Publisher: McGraw-Hill.
Os estudos sobre incêndios florestais foram coordenados pela pesquisadora Bibiana Bilbao, da Venezuela, e teve a participação da pesquisadora brasileira, Liana Anderson, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Também participaram outros pesquisadores do Brasil, Espanha, Bolívia, Chile, Argentina, México e Portugal.
“A cooperação regional, o intercâmbio de informações e experiências entre países são essenciais para enfrentar as crises globais socioeconômica e ambientais.”, enfatiza a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson e complementa: “A utilização de ferramentas e estudos integrados facilitam as ações efetivas para a adaptação às mudanças climáticas em todos os países da região.” A pesquisadora explica que as parcerias e o trabalho integrado de monitoramento de incêndios, ajudam a evitar efeitos catastróficos e, ao mesmo tempo, medir a eficácia das medidas implementadas para a mitigação das mudanças climáticas. A pesquisadora ressalta, ainda, que os incêndios florestais possuem uma caraterística que une todos os países: a fumaça. Oriunda das queimadas, a fumaça afeta diretamente a saúde da população e não conhece fronteiras nem classes sociais, demonstrando que ações integradas entre países são necessárias.
O Relatório RIOCCADAPT- Adaptação aos riscos das mudanças climáticas nos países ibero-americanos foi financiado pelo Programa ARAUCLIMA de Cooperação Espanhola, com trabalho integrado dos 22 países da Rede Ibero-americana de Escritórios de Mudanças Climáticas (RIOCC). A Rede RIOCC tem como membro do comitê de direção o pesquisador e climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, um dos editores do relatório.
O capítulo sobre Incêndios Florestais, do livro “Adaptación frente a los riesgos del cambio climático en los países iberoamericanos” – Informe RIOCCADAPT (2020), pode ser acessado pelo link :
Plataformas de Gestão de Risco e de Impacto de Incêndios Florestais
Está sendo desenvolvido pelo Cemaden a Plataforma de Gestão de Risco e de Impactos de Incêndios Florestais. Nos dias 16 e 18 de junho deste ano, ocorreu a primeira capacitação sobre a utilização dessa plataforma, com mais de 600 participantes, que está disponibilizada no YouTube pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=2sW5YYkCiYI&t=114s
A segunda capacitação foi organizada pela Universidad Autônoma de Pando (Bolívia), contou com mais de 280 inscritos, e ocorreu no dia 20 de Junho, com transmissão ao vivo pelo facebook:
https://www.facebook.com/324033628236405/posts/617962032176895/
A Plataforma que está sendo desenvolvida pelo Cemaden pode ser acessada no endereço: http://terrama.cemaden.gov.br/griif/mapfire/monitor/
(Fonte: Ascom/Cemaden)