A abordagem sobre o planejamento de ações – antes, durante e pós-desastres geo-hidrológicos – realizando a preparação e resposta efetiva com o objetivo de redução de danos humanos e materiais, foi a temática da Série de Debates do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), trazendo experiências e desafios de Defesas Civis Municipais do Acre e de Santa Catarina.
“Planos de contingências: experiências e desafios” transmitidos pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden do último dia 14 de abril, teve a participação dos palestrantes George Santos, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre e de Elton Cunha, da Defesa Civil de Barra Velha de Santa Catarina.
A preparação para enfrentar os eventos e vulnerabilidades da capital Rio Branco (Acre) é realizada com a identificação das áreas de risco e conhecimento das sazonalidades climáticas do período chuvoso, de novembro a abril (como inundações, enxurradas, escorregamentos, erosões e alagamentos urbanos) e do período de estiagem (maio a outubro), como as queimadas e incêndios florestais. “Em seis meses, a variação do nível do Rio Acre vai do extremo pelas inundações, chegando a 18,40 metros até o nível de 1,30 metros, durante a estiagem.”, aponta George Santos e enfatiza: “Na gestão de riscos e na gestão de desastres, o Plano de Contingência ocorre no momento da preparação do poder público e da população. É importante se organizar e planejar com antecedência, para que haja resposta adequada para o socorro, assistência e reabilitação”.
Para Elton Cunha, de Defesa Civil do munícipio de Barra Velha (SC), os Planos de Contingência são protocolos – registrados em documentos públicos, normas, processos – com ações para enfrentar probabilidades, incertezas, eventualidades e causalidades, relacionados a cenários climáticos e sociais. Para a elaboração do Plano de Contingência, pontuou e explicou a importância de conhecer os cenários geomorfológicos e sociais, a origem dos riscos e perigos, os graus de vulnerabilidades e de exposição de risco, entre outros. Citou a variedade de eventos extremos que ocorrem em Santa Catarina: desde os deslizamentos, inundações, ciclones, granizos, tornados, tromba d’água até incêndios florestais, durante a estiagem. “Um dos desafios é a qualificação formal e acadêmica dos profissionais e agentes de Defesas Civis. Isso permite integrar todos os procedimentos para elaborar o Plano de Contingência, desde o levantamento de dados, planejamento, articulações com variadas instituições e treinamento.”, destaca Cunha e complementa: “O produto final é a população preparada para enfrentar os eventos.”
Desde fevereiro deste ano, quando foi lançado o Projeto ELOS – desenvolvido pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) – por meio de cooperação internacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – em parceria com o Cemaden/MCTI, a Série de Debates têm convidado diversas Defesas Civis e instituições municipais do País para o intercâmbio de experiências e ações relacionadas com a redução do risco de desastres.
O próximo debate está previsto para ser realizado no próximo dia 22 de abril, às 10 horas, transmitido pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden, abordando a temática “Mapeamento de risco”. Os palestrantes convidados são Júlio César Lana, coordenador executivo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e Fabiane Acorde, da Defesa Civil do Paraná.
A transmissão na íntegra da Série de Debates “Planos de Contigências: experiências e desafios” pelo Canal YouTube pode ser acessado pelo link:
Fonte: Ascom/Cemaden