Sumário Executivo
O quadro hídrico atual no estado do Acre é de déficit pluviométrico e de baixos níveis hidrométricos dos principais rios da região. As chuvas têm sido deficientes desde meados de março de 2016 e, climatologicamente, o trimestre Junho-Agosto configura o período mais seco do ano, com precipitações mais substanciais somente a partir do mês de setembro. Portanto, não há expectativa de recuperação do quadro hídrico até o mês de setembro, embora não se descarta totalmente a possibilidade de chuvas ocasionais, provocadas principalmente por passagens de sistemas frontais.
Os baixos níveis hidrométricos atuais correspondem a um período de retorno de 28 anos (baseado em 43 anos válidos), mas em termos de vazões, a um período de retorno de 8 anos (em 39 anos válidos). Nos próximos dias, o risco de estiagem se agrava e configura novo recorde histórico de níveis hidrométricos dos rios para os meses de agosto e de setembro de 2016. Também se observa condição de seca vegetativa por estresse térmico na maior parte dos municípios localizados a oeste do Acre, assim como um número de detecções de focos de calor maior que o máximo já registrado entre 1998 e 2016. As previsões meteorológicas indicam baixa probabilidade de ocorrência de chuvas significativas no Estado nas próximas duas semanas.
O trimestre Julho-Agosto-Setembro (JAS) deve marcar a transição para um episódio de “La Niña”, provavelmente com fraca intensidade. Contudo, a previsão climática sazonal para o trimestre Agosto-Outubro/2016, elaborada pelo MCTIC, apresenta elevada incerteza. Sem previsão de melhoria, persiste o estado de alerta de baixa disponibilidade hídrica e consequentes impactos sócio-ambientais, como problemas de abastecimento de água para consumo, redução da produtividade agrícola ou pastoril, dificuldade de transporte através de hidrovias e proliferação de incêndios florestais, entre outros.