A pesquisa intitulada “A seca e a crise hídrica de 2014-2015 em São Paulo”, coordenada pelo cientista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – foi o tema da questão nº 55 de Ciências Humanas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano, ocorrido no último domingo (04).
O trabalho científico que deu base à questão do Enem foi publicado, em 2015, pela Revista USP nº 106 e teve a participação de diversos pesquisadores da área de Meteorologia, Hidrologia e Climatologia do Cemaden e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A questão abordou sobre as dinâmicas atmosféricas no Brasil, relacionando e indagando sobre a causa da seca de 2014, na região Sudeste, que impactou o Sistema Cantareira, em São Paulo.
A resposta correta (b- formação de anticiclone impedindo a entrada de umidade) resgata a situação crítica da falta de chuva, “causada pela atuação de um intenso, persistente e anômalo sistema de alta pressão atmosférica que prejudicou o transporte de umidade da Amazônia, assim como a passagem/desenvolvimento dos principais sistemas causadores de chuva, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul e as frentes frias.”, trecho do texto introdutório do trabalho científico na Revista da USP.
Para o cientista José Marengo, a abordagem e resgate de situações climáticas e dos eventos extremos são sempre positivas do ponto de vista em manter a preocupação para ações e medidas de prevenção e de mitigação desses impactos, feitas por toda a sociedade. “A crise hídrica foi um sinal de alerta, com graves prejuízos socioeconômicos registrados na região”, enfatiza Marengo. “Afetou não somente o abastecimento de água para a população, como também para o fornecimento de energia elétrica, o preço dos alimentos e prejuízos para todo o setor produtivo da região.”, completa o pesquisador.
Além do meteorologista e climatologista José Marengo, integraram os trabalhos dessa pesquisa : ex-diretor e idealizador da criação do Cemaden, o climatologista da Rede Clima, Carlos Nobre; do Cemaden o coordenador-geral de Operações e Modelagens, meteorologista Marcelo Seluchi; a chefe da Divisão de Monitoramento e Alertas, hidróloga Adriana Cuartas; o ex- coordenador do Cemaden e professor da USP, hidrólogo Eduardo Mendiondo; os pesquisadores da CCST do Inpe : Lincoln Muniz Alves, Guillermo Obregón e Gilvan Sampaio. O estudo teve a contribuição da Rede Clima e do INCT-Mudanças Climáticas, pelos projetos CNPq 573797/2008-0 e Fapesp 57719-9.
Essa pesquisa está disponibilizada na Revista da USP, pelo link http://www.revistas.usp.br/revusp/issue/view/8291.
(Fonte: Ascom/Cemaden)