O problema da poluição do ar na Amazônia – ocasionado pelas queimadas e associado ao desenvolvimento da pandemia da Covid-19, que deve atingir o clímax, provavelmente, nos próximos meses – poderá impactar o sistema de saúde da região, durante o período crítico da estação anual de queimadas (nos meses de agosto a outubro).
Entre os meses de maio a novembro, anualmente, a Amazônia registra uma piora na qualidade do ar, elevando-se o nível da poluição atmosférica, ocasionando o aumento da procura por atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares pela população, principalmente, por doenças respiratórias.
Frente à preocupação da proximidade de queimadas na Amazônia e o seu possível cruzamento com a pandemia, a pesquisadora Liana Andersom, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pesquisadores da Universidade Federal do Acre elaboraram uma Nota Técnica-Científica, trazendo análises e recomendações sobre o assunto.
Intitulada “Covid-19 e queimadas: um duplo desafio ao Sistema Único de Saúde”, a nota técnica, divulgada no último dia 08 de maio, orienta ações que podem ser tomadas pelos governos estaduais e municipais da Amazônia Legal, para evitar a sobrecarga do atendimento do sistema de saúde com o pico epidêmico. As recomendações são para três ações: proibir as queimadas, exceto as queimadas de subsistência, na estação seca (outubro); aplicar sanções administrativas e penais a queimadas de maior extensão; e alocar recursos orçamentários para o SUS, de maneira a ampliar a capacidade de atendimento nas áreas rurais.
A Nota Técnica-Científica sobre a Covid-19, queimadas e Sistema Único de Saúde na Amazônia na íntegra pode ser acessada no link do projeto, onde também estão os relatórios de monitoramento das queimadas no Acre :
< https://www.treeslab.org/documents-and-papers.html>
Fonte: Ascom/Cemaden