Seca severa em diferentes regiões do Brasil causa impacto na safra agrícola, na pecuária e nos reservatórios de abastecimento de água e de geração de energia, aponta o novo Sistema de Monitoramento de Seca para o Brasil do Cemaden. Ocorre, principalmente, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Acre. No Nordeste, 28% dessa região (cerca de 350 mil km²) apresenta a maior área de uso do solo impactada pela seca. Os reservatórios de abastecimento de água e de hidrelétricas, nessa região, também encontram-se em situação de escassez hídrica ou de redução acentuada de sua reserva.
O Sistema de Monitoramento da Seca, em todo o território nacional, elaborado e publicado nesta sexta-feira (13), pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – aponta pelo cálculo do Índice Integrado de Secas para o Brasil, referente ao mês de junho, condição de seca severa, principalmente, nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Acre. Na região Centro-Oeste, o déficit de chuva nos últimos meses contribuiu para a ocorrência de quebra de safra. Em outros estados, também foram observados impactos nos recursos hídricos e/ou no setor agropecuário, devido à ocorrência de eventos de seca nos últimos meses, como os ocorridos nos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Acre e no sul de Minas Gerais.
Na região Nordeste, observa-se condição de seca, principalmente na área que cobre a bacia do Rio Parnaíba (entre os Estados do Maranhão e Piauí) e a região do Baixo São Francisco (entre os Estados do Sergipe e Alagoas).
Mesmo com as fortes chuvas ocorridas, recentemente, em parte do estado do Maranhão, observa-se a persistência da seca, uma vez que as chuvas não foram suficientes para alcançar uma normalidade climatológica.
Avaliação dos impactos da seca na vegetação
A região Nordeste é a que apresenta o maior percentual de área de uso do solo com condição de estresse hídrico, totalizando cerca de 350 mil km2 (28% da região Nordeste).
A região Centro-Oeste apresenta cerca de 150 mil km2 (10% dessa região) com a condição de seca na vegetação, em condição de estresse hídrico. Essa condição de seca vegetativa prolongada (por vários meses, por exemplo) pode causar impactos nas reservas hídricas superficiais e até subterrâneas, podendo ocasionar escassez hídrica. Este fenômeno refere-se às incompatibilidades da oferta hídrica (armazenamento de água) em atender todas as demanda hídricas (abastecimento público, usos industriais, irrigação, entre outros).
Avaliação de impactos hidrológicos
Diante da necessidade de informações que subsidiem tomadas de decisões relacionadas às ações de mitigação dos impactos da seca, em diferentes regiões do Brasil, o Cemaden vem monitorando a precipitação e a vazão em bacias hidrográficas estratégicas, bem como realizando simulações para previsões e cenários de vazões e de volume armazenado nos reservatórios, por meio de modelagem hidrológica.
O Índice Integrado de Seca para as regiões Sudeste e Centro-Oeste mostra seca de fraca a moderada nas bacias afluentes aos reservatórios das Usinas Hidrelétricas de Serra da Mesa (bacia do rio Tocantins-Araguaia) e de Três Marias (bacia do rio São Francisco), assim como na região do Sistema Cantareira. Estes reservatórios se encontram em situação de escassez hídrica ou de redução acentuada de sua reserva.
Os reservatórios do Sistema Cantareira – responsáveis pelo abastecimento de cerca de 7,5 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo – encontram-se com aproximadamente 42,5% da sua reserva hídrica.
Mais informações sobre o ”Sistema de Monitoramento de Seca para o Brasil” estão disponibilizadas no site do Cemaden, pelo endereço : http://www2.cemaden.gov.br/sistema-de-monitoramento-de-seca-para-o-brasil/
(Fonte: Ascom-Cemaden)