Sumário
De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de agosto, verifica-se a expansão espacial de condição de seca em toda a região, com intensificação principalmente no agreste da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Segundo o IIS, 286 municípios estão classificados com condição de seca severa, 91 com condição de seca extrema e 25 com condição de seca Excepcional. Estes últimos localizados nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
Não há previsão de chuvas significativas até o final de setembro no leste do nordeste. Em escalas intermediárias (subsazonal) não há indicações confiáveis de influência positiva ou negativa na estação chuvosa do leste do nordeste. As condições climáticas relacionadas a El Niño ou La Niña são de neutralidade atualmente, porém, evoluindo para um El Niño até o final do ano. Dado que i) espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido e ii) as condições de seca tem aumentado recentemente, sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção.
Índice Integrado de Seca (IIS)
A avaliação do IIS para o mês de Agosto em relação ao mês anterior (Julho):
- Seca Fraca: aumento de 630 para 557 municípios.
- Seca Moderada: aumento de 468 para 513 municípios.
- Seca Severa: aumento de 209 para 286 municípios.
- Seca Extrema: aumento de 40 para 91 município.
- Seca Excepcional: aumento de 0 para 25 municípios.
- AL
- SE
- MA
- CE
- RN
- PE
- PB
- BA
- ES
- MG
- PI
Duração da Seca Meteorológica¹
De acordo com os dados de SPI-3, verifica-se a persistência de condição de seca (recorrência na escala de meses), principalmente em grande parte da região central do Maranhão, parte do Piauí, Alagoas e Sergipe. No entanto, ressalta-se que em relação ao mês anterior (julho), ocorreu uma expansão das condições de seca vegetativa em toda a região (conforme indicou o IIS), o que não é verificado apenas com o uso do SPI-3 (que leva em consideração apenas a precipitação acumulada dos últimos 3 meses).
1 Seca meteorológica: definida por Wilhite (2000) como o resultado de um déficit de precipitação, isto é, quando o valor de chuva acumulado em um período e em uma área se encontra significativamente abaixo do valor climatologicamente esperado.
Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal
Na escala climática sazonal, o Oceano Pacífico permanece em um estado neutro, i.e., temperaturas da superfície do mar dentro dos padrões normais (nem La Niña, nem El Niño). Porém, dado que a maior parte dos modelos dinâmicos e estatísticos preveem um ligeiro aquecimento iniciando durante a primavera (SON/2018), recomenda-se um estado de atenção em relação a um possível El Niño ainda este ano. A previsão por consenso entre o Climate Prediction Center (NOAA) e o International Research Institute (Columbia University) adota 60% de chance (normalmente seria de 33,3%) para a ocorrência de um El Niño de fraco a moderado. As previsões sazonais de chuva do International Research Institute e do CPTEC/INMET/FUNCEME concordam em indicar, para o trimestre Setembro-Outubro-Novembro (SON/2018), probabilidades de chuvas abaixo da média no estado da Bahia, na região aproximada do Recôncavo Baiano, e no norte do Tocantins. O norte do semiárido apresenta uma bem conhecida relação entre El Niños e déficit de chuva. Assim, dado que i) espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido e ii) as condições de seca vegetativa tem aumentado no último mês, sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção. Nas próximas 2 semanas (escala de médio prazo) as previsões mais recentes indicam condições de pouca ou nenhuma chuva na Região Nordeste, em particular na Zona da Mata. Em escalas mais longas (subsazonal) não há indicações confiáveis de influência positiva ou negativa na estação chuvosa do leste do nordeste.