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Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos – Fevereiro de 2017

Avaliação das condições de seca para os últimos 90 dias de acordo com o cálculo dos percentis dos dados de precipitação

A avaliação do Percentil para os últimos 90 dias (período entre os dias 01 de dezembro a 28 de fevereiro) indica uma permanência das áreas que apresentam a condição de “Muito Seco”, em relação ao mês anterior (janeiro). Estas áreas localizam-se no Estado da Bahia, noroeste de Minas Gerais, Sergipe, Alagoas, porção central dos Estados de Pernambuco e do Piauí. Muitos municípios inseridos nestes mesmos Estados apresentaram a condição de “Seco”.

 O percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido. São consideradas as seguintes classificações: Muito Seco (precipitação abaixo do percentil 15); Seco (precipitação entre os percentis 15 e 35); Normal (entre os percentis 35 e 65); Se em um determinado período uma região foi classificada como “Muito Seca”, isto significa que o acumulado de chuva desta região foi classificado dentre os 15% menores valores da série. O padrão “Seco” inclui as regiões que apresentam precipitação no intervalo entre 15% e 35% dos valores mais baixos da série, e, assim, sucessivamente.

Índice VSWI: Porcentagem do município impactado pela seca (áreas de pastagens e agrícolas) no mês de fevereiro de 2017

Em relação ao mês anterior (janeiro), os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens se mantiveram principalmente na porção leste da Região Semiárida, incluindo os municípios inseridos nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e leste da Bahia. Considerando regiões onde o calendário de plantio se inicia nos meses de outubro e novembro, e, portanto, o ciclo fenológico da cultura agrícola pode estar em curso, a área de possível impacto da seca se localiza em quase todos os Estados da região Semiárida. A exceção acontece nos Estados do Maranhão, Alagoas, Sergipe e Espírito Santo onde calendário de plantio não se encontra em vigência. De acordo com o índice VSWI, 339 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas no mês de janeiro de 2017. As áreas impactadas pela seca somam cerca de 17 milhões de hectares (Tabela 1).

O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico).

Tabela 1. Avaliação da Extensão dos Impactos da seca nas regiões com calendário de plantio vigente.

UF Número de Municípios com mais de 50% de área impactada Área Impactada (ha) Número de Estabelecimentos de Agricultura Familiar Impactados
BA 91 9.129.466,59 161.125
CE 20 1.034.723,27 27.191
PI 15 600.790,22 14.984
PB 110 2.112.997,47 73.701
AL
RN 48 974.868,48 23.261
MA
SE
ES
PE 33 1.852.205,87 63.449
MG 22 1.170.296,82 18.446
TOTAL 339 16.875.348,72 382.157

OBS: Os Estados marcados com asterisco também estão com o calendário de plantio em curso, porém não possuem nenhum município que atingiu o critério de ter pelo menos 50% de sua área impactada.

Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

O cenário climático atual em relação aos fenômenos El Niño ou La Niña (ENOS) apresenta-se em condição de neutralidade. A próxima estação chuvosa deve ser influenciada pela condição do Oceano Atlântico Tropical Norte, que se encontra anormalmente aquecido e, portanto, desfavorável para as chuvas no norte do semiárido. Desta forma, a previsão climática sazonal de chuva (MCTIC) para MAM/2017 indica que é mais provável (40% de chance) que as chuvas ocorram abaixo da média histórica. A previsão de médio prazo não indica, em geral, condições favoráveis para chuvas substantivas nas próximas 2 semanas.

Embora algumas destas regiões apresentem quadro de déficit hídrico (Seções 1.1 a 1.3) e outras não, em muitos municípios, já deve haver sido feito o plantio das culturas. Dado que o cenário futuro não é favorável à ocorrência de precipitações abundantes aumenta o risco de perda de safras.

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