Capa » Monitoramento » Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos – Janeiro de 2018

Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos – Janeiro de 2018

Duração da Seca Meteorológica

De acordo com os dados de SPI, verifica-se que a seca mantém-se principalmente nas porções oeste e norte da Região Nordeste. Em alguns pontos isolados nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia, a seca vigente já dura por mais de dezoito meses (áreas em vermelho). Em relação ao mês anterior, pequenas regiões do norte e centro do Piauí, oeste de Pernambuco, leste dos Estados de Sergipe e da Bahia iniciaram um novo evento de seca. Ressalta-se que a estação chuvosa ainda não teve inicio na região, como pode ser observado no mapa de quadras chuvosas.

A definição do evento de seca utilizada neste produto estabelece o início da seca quando o Índice de Precipitação Padronizada (SPI) indica valores inferiores a -1 por pelo menos dois meses consecutivos (Spinoni et al., 2014, 2015). O término do evento de seca ocorre quando o SPI retorna a valores positivos. O evento de seca é determinado, dessa forma, a partir dos seus meses de início e de término; logo, a duração de um evento de seca é determinada pelo número de meses entre o mês de início e o de término. Fonte do SPI: CPTEC/INPE.

Avaliação das condições de seca agrícola de acordo com o Índice Integrado de Seca (IIS) 

A avaliação do IIS para o mês de janeiro indica condições de Seca em termos de intensidade em relação ao mês anterior (dezembro):

  • Seca Fraca diminuiu de 970 para 957 municípios.
  • Seca Moderada aumentou de 357 para 396 municípios, inseridos principalmente nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e norte da Bahia.
  • Seca Severa aumentou de 16 para 29 municípios.
  • Seca Extrema aumentou de 0 para 1 município, localizado no Piauí.

  • AL
  • SE 
  • MA
  • CE
  • RN 
  • PE
  • PB
  • BA 
  • ES
  • MG
  • PI
Clique na imagem para ampliar.
Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.

 

Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.
 

Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.
 
Clique na imagem para ampliar.
 

O índice Integrado de Seca (IIS) é uma combinação (média geométrica) das informações provenientes do índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI), o qual é calculado a partir de dados de sensoriamento remoto, e do Percentil de precipitação, que é calculado a partir de dados observacionais de chuva. O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico). Por sua vez, o percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido. São consideradas as seguintes classificações: Seca extrema (precipitação abaixo do percentil 5); Seca severa (precipitação entre os percentis 5 e 15); Seca moderada (precipitação entre os percentis 15 e 35); Seca fraca (precipitação entre os percentis 35 e 50).

Índice VSWI: Porcentagem de áreas de pastagens impactadas pela seca no mês de Janeiro de 2018

Em relação ao mês anterior (dezembro), as áreas cobertas por pastagens, impactadas pela seca aumentou principalmente na região sul da Bahia, impactando principalmente os Estados da Paraíba e da Bahia. De acordo com o índice VSWI, 324 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas no mês de Janeiro de 2018.

Porcentagem de áreas de pastagens impactadas pela seca de acordo com o índice VSWI. A porcentagem de área é calculada considerando a área total de pastagens do município. Na legenda são mostrados apenas aqueles municípios cuja área impactada é superior a 50%.

Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

Na escala climática sazonal, o fenomeno La Niña (águas superficiais mais frias do que o normal ao longo do Pacífico Equatorial) vem mostrando sinais de enfraquecimento desde Janeiro, devendo perdurar somente até o outono do hemisfério sul (MAM). Embora para algumas regiões no Semiárido os eventos de La Niña sejam historicamente associados com chuvas normais a acima da média (principalmente no norte do semiárido), a previsão climática sazonal (MCTIC) para FMA/2018 indica que é mais provável que os totais de chuva se mantenham abaixo do normal. Essa previsão é decorrente da situação observada no Oceano Atlântico, que se encontra mais quente ao norte que ao sul do Equador. As chuvas ocorridas no Semiárido na primeira metade de Fevereiro foram influenciadas pela OMJ que se configurou de forma bastante intensa durante Janeiro. As previsões indicam condições favoráveis para as chuvas nos próximos 10 dias.

Confira também

MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – SETEMBRO/2021

A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS) PARA O BRASIL:  SETEMBRO/2021 Índice Integrado de Seca (IIS) …