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Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos – Julho de 2018

Sumário

De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de julho, verifica-se a expansão espacial de condição de seca em toda a região, com intensificação principalmente na porção centro-norte do semiárido. Segundo o IIS, 209 municípios estão classificados com condição de seca severa e 40 com condição de seca extrema, estes últimos localizados principalmente nos Estados do Piauí, Sergipe e Alagoas.

Não há previsão de chuvas significativas até o final de agosto no leste do nordeste – no setor norte (Pernambuco e Rio Grande do Norte) a previsão é de chuvas abaixo da média. Em escalas intermediárias (subsazonal) não há indicações confiáveis de influência positiva ou negativa na estação chuvosa do leste do nordeste. As condições climáticas relacionadas a El Niño ou La Niña são de neutralidade atualmente, porém, evoluindo para um El Niño até o final do ano. Dado que i) espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido e ii) as condições de seca tem aumentado recentemente, sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção.

Índice Integrado de Seca (IIS)

A avaliação do IIS para o mês de julho em relação ao mês anterior (Junho):

  • Seca Fraca: aumento de 478 para 630 municípios.
  • Seca Moderada: aumento de 239 para 468 municípios.
  • Seca Severa: aumento de 48 para 209 municípios.
  • Seca Extrema: aumento de 1 para 40 município.
  • Seca Excepcional: 0.

  • AL
  • SE 
  • MA
  • CE
  • RN 
  • PE
  • PB
  • BA 
  • ES
  • MG
  • PI
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O índice Integrado de Seca (IIS) é uma combinação (média geométrica) das informações provenientes do índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI), o qual é calculado a partir de dados de sensoriamento remoto, e do Percentil de precipitação, que é calculado a partir de dados observacionais de chuva. O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico). Por sua vez, o percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido. São consideradas as seguintes classificações: Seca extrema (precipitação abaixo do percentil 5); Seca severa (precipitação entre os percentis 5 e 10); Seca moderada (precipitação entre os percentis 10 e 30); Seca fraca (precipitação entre os percentis 30 e 50).
 

Duração da Seca Meteorológica¹

De acordo com os dados de SPI-3, verifica-se a persistência de condição de seca (recorrência na escala de meses), principalmente em grande parte do estado do Maranhão e parte do estado do Piauí. No entanto, ressalta-se que em relação ao mês anterior (junho), ocorreu uma expansão das condições de seca vegetativa em toda a região (conforme indicou o IIS), o que não é verificado apenas com o uso do SPI-3 (que leva em consideração apenas a precipitação acumulada dos últimos 3 meses).

A definição do evento de seca utilizada neste produto estabelece o início da seca quando o Índice de Precipitação Padronizada (SPI) indica valores inferiores a -1 por pelo menos dois meses consecutivos (Spinoni et al., 2014, 2015). O término do evento de seca ocorre quando o SPI retorna a valores positivos. O evento de seca é determinado, dessa forma, a partir dos seus meses de início e de término; logo, a duração de um evento de seca é determinada pelo número de meses entre o mês de início e o de término. Fonte do SPI: CPTEC/INPE.

1 Seca meteorológica: definida por Wilhite (2000) como o resultado de um déficit de precipitação, isto é, quando o valor de chuva acumulado em um período e em uma área se encontra significativamente abaixo do valor climatologicamente esperado. 

 

Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

Na escala climática sazonal, não houve alterações significativas em relação ao mês anterior (Junho/2018). O Oceano Pacífico permanece em um estado neutro, i.e., temperaturas da superfície do mar dentro dos padrões normais (nem La Niña, nem El Niño), com poucas indicações de um aquecimento substantivo e paulatino no último mês. Apesar disso a maior parte dos modelos dinâmicos e estatísticos preveem um El Niño iniciando durante a primavera (SON). A previsão por consenso entre o Climate Prediction Center (NOAA) e o International Research Institute (Columbia University) adota 60% de chance (normalmente seriam de 33,3%) para a ocorrência de um El Niño de fraco a moderado aquecimento. A previsão sazonal de precipitação (CPTEC/INMET/FUNCEME) prevê chuvas dentro dos níveis normais para o trimestre ASO/2018. Não há relações cientificamente provadas entre a chuva no setor leste do Nordeste a episódios de El Nino ou La Niña. Portanto, a estação chuvosa no leste do nordeste (ASO/2018) não devem sofrer influência das condições do Pacífico. Por outro lado, o norte do semiárido apresenta uma bem conhecida relação entre El Niños e déficit de chuva. Assim, dado que i) espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido e ii) as condições de seca vegetativa tem aumentado no último mês, sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção. Na escala de médio prazo as previsão mais recentes indicam condições desfavoráveis para chuvas nos próximos 15 dias (até o final de agosto), de forma similar ao que tem acontecido frequentemente durante a corrente estação chuvosa. Em escalas mais longas (subsazonal) não há indicações confiáveis de influência positiva ou negativa na estação chuvosa do leste do nordeste.

 

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