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Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos – Novembro de 2016

Avaliação das condições de seca para os últimos 90 dias de acordo com o cálculo dos percentis dos dados de precipitação

A avaliação do Percentil para os últimos 90 dias (período entre os dias 02 de setembro a 30 de novembro) indica um aumento das áreas que apresentam a condição de “Seco” em relação ao mês anterior (outubro). Estas áreas localizam-se no nordeste da Região Semiárida, principalmente nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e noroeste da Bahia. Poucos municípios inseridos no sul do Ceará e Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas apresentaram a condição de “Muito Seco”.

O percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido.
São consideradas as seguintes classificações: Muito Seco (precipitação abaixo do percentil 15); Seco (precipitação entre os percentis 15 e 35); Normal (entre os percentis 35 e 65); Se em um determinado período uma região foi classificada como “Muito Seca”, isto significa que o acumulado de chuva desta região foi classificado dentre os 15% menores valores da série. O padrão “Seco” inclui as regiões que apresentam precipitação no intervalo entre 15% e 35% dos valores mais baixos da série, e, assim, sucessivamente.

Risco agroclimático para o período de 01/10/2015 a 29/11/2016

Segundo a avaliação do número de dias com déficit hídrico (modelo de balanço hídrico) para o ano hidrológico de 2015/2016, que teve inicio no mês de outubro, no período de 01 de outubro de 2015 a 29 de novembro de 2016, 10 municípios foram classificados como de risco MUITO ALTO (mais que 75 dias com déficit hídrico) e 90 municípios como de risco ALTO (entre 60 a 75 dias com déficit hídrico). O número de municípios considerados com risco MUITO ALTO se manteve em relação ao mês anterior.

O risco agroclimático é estimado a partir do Número de dias com déficit hídrico nos municípios (NDDH), o qual é calculado a partir do modelo de balanço hídrico desenvolvido pelo CPTEC/INPE.
São consideradas as seguintes classificações: Risco Muito Alto (mais que 75 dias com déficit hídrico), Risco Alto (entre 60 a 75 dias com déficit hídrico), Risco Moderado (entre 40 a 60 dias com déficit hídrico) e Risco baixo (até 40 dias com déficit hídrico).  

Índice VSWI: Porcentagem do município impactado pela seca (áreas de pastagens e agrícolas) no mês de novembro de 2016

Considerando os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens, em relação ao mês anterior (outubro), a situação de seca se agravou principalmente na porção oeste da Região Semiárida, nos municípios inseridos nos Estados da Bahia, norte dos Estados de Minas Gerais e Piauí. Considerando as poucas regiões onde o calendário de plantio se inicia no mês de outubro e novembro, e, portanto, o ciclo fenológico pode estar em curso, as áreas de possíveis impactos agrícolas se restringem a municípios inseridos nos Estados da Bahia, Maranhão e Minas Gerais. Nestas regiões, de acordo com o índice VSWI, 139 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas no mês de novembro de 2016. As áreas impactadas pela seca somam cerca de 12 milhões de hectares (Tabela).

O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico).

Tabela 1. Avaliação da Extensão dos Impactos da Seca

UF Número de Municípios com mais de 50% de área impactada Área Impactada (ha) Número de Estabelecimentos de Agricultura Familiar Impactados
BA 77 8.438.224,33 155.382
CE
PI
PB
AL
RN
MA 8 373.470,02 6.672
SE
ES 2 71.735,08 903
PE
MG 52 3.895.494,22 55.693
TOTAL 139 12.778.923,65 218.650

Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

O cenário climático atual é de início de um episódio de La Niña de fraca intensidade, que deve ter curta duração, provavelmente até março de 2016. Apesar da conhecida relação entre a presença de episódios La Niña e uma estação chuvosa favorável no semiárido, nesta próxima estação chuvosa o cenário deve ser mais influenciado pela condição do Atlântico Tropical que se encontra anormalmente aquecido. Desta forma, a previsão climática sazonal de chuva (MCTIC) para Dezembro de 2016 a Fevereiro de 2017 (DJF/2016-2017), no semiárido, indica que é mais provável (40% de chance) que as chuvas ocorram abaixo da média histórica. A evolução climatológica (histórica) das precipitações no trimestre DJF/2016-2017 indica que as chuvas se tornariam mais frequentes nos estado do norte do semiárido, no decorrer do trimestre. A previsão de médio prazo não indicam, em geral, condições favoráveis para chuvas substantivas nas próximas 2 semanas. A atenção deve estar focada nos Estados da Bahia, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais, para os quais a estação de chuvas está em curso, mas tem demonstrado ser deficiente uma vez que vários nos municípios ali inseridos apresentam quadro de déficit hídrico (Seções 1.1 a 1.4).

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