Sumário
De acordo com o Índice Integrado de seca (IIS) para o mês de setembro, verifica-se a expansão espacial das condição de seca severa à excepcional, principalmente no agreste dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Segundo o IIS, 125 municípios estão classificados com condição de seca severa, 185 com condição de seca extrema e 79 com condição de seca Excepcional. Estes municípios estão localizados nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Bahia.
Há previsão de chuvas significativas até o final de outubro no sul do nordeste, nas bacias do alto e médio São Francisco. Em escalas intermediárias (subsazonal) não há indicações confiáveis de influência positiva ou negativa na estação chuvosa do leste do nordeste. As condições climáticas relacionadas a El Niño ou La Niña são de neutralidade atualmente, porém, evoluindo para um El Niño até o final do ano. Dado que i) espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido e ii) as condições de seca tem aumentado recentemente, sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção.
Índice Integrado de Seca (IIS) – Setembro de 2018
A avaliação do IIS para o mês de setembro em relação ao mês anterior (agosto):
- Seca Fraca: redução de 557 para 397 municípios.
- Seca Moderada: permanecem 513 municípios.
- Seca Severa: redução de 286 para 125 municípios.
- Seca Extrema: aumento de 91 para 185 município.
- Seca Excepcional: aumento de 25 para 79 municípios.
- AL
- SE
- MA
- CE
- RN
- PE
- PB
- BA
- ES
- MG
- PI
Porcentagem do município impactado pela seca (considerando apenas as áreas de pastagens e agrícolas)
Os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens estão concentrados principalmente na porção leste da Região Semiárida, incluindo os municípios inseridos nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e leste da Bahia. De acordo com o índice VSWI, 508 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas no mês de setembro de 2018.
Influências climáticas da escala sub-sazonal e sazonal
Na escala climática sazonal, o Oceano Pacífico permanece em um estado neutro, i.e., temperaturas da superfície do mar dentro dos padrões normais (nem La Niña, nem El Niño). Porém, a maior parte dos modelos dinâmicos e estatísticos preveem o aquecimento moderado do Oceano Pacífico no prazo de 1 a 2 meses. Portanto recomenda-se um estado de atenção em relação a um possível El Niño ainda este ano. A previsão por consenso entre o Climate Prediction Center (NOAA) e o International Research Institute (Columbia University) adota 70-75% de chance (normalmente seria de 33,3%) para a ocorrência de um El Niño de fraco a moderado ainda este ano. As previsões sazonais de chuva do International Research Institute indicam chances modestas de chuvas baixo da média no setor central e sul da Bahia, para o trimestre Outubro-Novembro-Dezembro (OND/2018). Já as previsões elaboradas pelo CPTEC/INMET/FUNCEME não apresentam sinal confiável. O norte do semiárido apresenta uma bem conhecida relação entre El Niños e déficit de chuva. Assim, dado que i) espera-se um episódio de El Niño durante a próxima estação chuvosa do norte do semiárido e ii) as condições de seca vegetativa tem aumentado no último mês, sugere-se que as partes interessadas no gerenciamento e uso de água assumam um estado de atenção. Nas próximas 2 semanas (escala de médio prazo) as previsões mais recentes indicam condições para chuvas substanciais na bacia do alto e médio São Francisco. Em escalas mais longas (subsazonal) não há indicações confiáveis de influência positiva ou negativa na estação chuvosa do sul do nordeste.