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Situação Atual e Projeção Hidrológica para o Sistema Cantareira 02/12/2019

A precipitação média espacial, acumulada durante o período chuvoso de 01 de outubro a 30 de novembro de 2019, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as sub-bacias de captação do Sistema Cantareira (7 pluviômetros do DAEE/ SAISP [1] e 17 pluviômetros em operação do CEMADEN), foi de 163 mm (163 [1]mm), o que representa 14% (14%[1]) da média climatológica do período chuvoso, outubro a março (1133 mm). Para o mês novembro de 2019, a precipitação média espacial foi de 135 mm (134[1] mm), o que representa 89% (89%[1]) da média climatológica para este mês (151 mm) (Figura 1).

[1] DAEE / SAISP: Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo / Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo.

Figura 1. Precipitação mensal na bacia do Sistema Cantareira (em mm) de acordo com os dados do CEMADEN. Ano hidrológico: outubro – setembro. MLT: média de longo termo.

A vazão média afluente ao Sistema Cantareira (Sistema Equivalente + Paiva Castro) de 01 de outubro a 30 de novembro de 2019, de acordo com dados da SABESP[2] e da ANA[3] foi de 11 m3/s, 23% da vazão média para a estação chuvosa (50 m3/s). Para o mesmo período, a vazão média de extração total foi de 33 m³/s e a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 5,1 m³/s.

[2] SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo/Situação dos Mananciais.

[3] ANA: Agência Nacional de Águas.

Para o mês de novembro de 2019, a vazão média afluente foi 13,9 m3/s, o que representa 45% da vazão média mensal histórica (31 m3/s). Para o mesmo período, a extração média de água do Sistema Cantareira para o sistema elevatório Santa Inês (Qesi), que abastece a região metropolitana de São Paulo, foi de 23,1 m3/s, e a vazão de jusante (Qjus) que contribui com a bacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (bacia PCJ) foi de 8,9 m³/s. Juntas, estas duas vazões representam a extração total do sistema Cantareira, que foi de 32,0 m³/s. Ainda no mês de novembro, a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 5,0 m³/s.

Nos próximos dias há previsão de chuvas irregulares e com acumulados pluviométricos, muito provavelmente, inferiores à média histórica da época na bacia do Sistema Cantareira, conforme se mostra na Figura 2. As previsões (tendência) de chuva para a segunda semana, apresentadas na Figura 3, apontam acumulados pluviométricos próximos à média histórica.

Figura 2. Previsão de precipitação acumulada em milímetros (mm) nos próximos 3 (esquerda) e 10 (direita) dias para a bacia de captação do Sistema Cantareira, segundo a previsão do modelo numérico GFS/NOAA. A área da bacia de captação do Sistema Cantareira é indicada no centro da figura com linha preta espessa.
Figura 3. Previsão de precipitação em milímetros (mm) acumulados (esquerda) e sua respectiva anomalia em relação aos valores climatológicos (direita) para a segunda semana de acordo com o modelo numérico americano GFS/NCEP/NOAA.

A figura 4 apresenta, além das vazões médias mensais observadas, as projeções de vazão média mensal afluente (em m³/s), usando a média dos membros de previsão de vazão para o período 03 a 12 de dezembro de 2019, e cenários de precipitação para o período de 13 de dezembro de 2019 a 31 de março de 2020. Foram considerados cinco diferentes cenários de precipitação: média climatológica, 25% acima da média climatológica, 25% e 50% abaixo da média climatológica e um cenário crítico de precipitações iguais às ocorridas entre dezembro de 2013 a março de 2014. As simulações indicam que, considerando um cenário de chuva na média histórica, a vazão média no período de dezembro de 2019 a março de 2020 seria 51 m3/s, o que representa 86% da média histórica desse período (59 m3/s). Ainda de acordo com esta simulação, no cenário crítico, a vazão para o mesmo período seria de, aproximadamente, 15 m³/s, representando 25% da vazão média histórica do período.

Figura 4. Cenários de vazão natural média mensal (em m³/s) afluente ao Sistema Cantareira (linhas tracejadas): precipitação 50% abaixo da média climatológica (verde); precipitação 25% abaixo da média climatológica (azul claro); na média climatológica (cinza); 25% acima da média climatológica (azul escuro); e cenário crítico (2013/2014) (laranja). As linhas espessas representam as vazões médias mensais observadas, de acordo com a SABESP: média histórica (preto); mínimos mensais (marrom); de abril de 2018 a março de 2019 (magenta); e de abril a novembro de 2019 (roxo).

A figura 5 apresenta as projeções da evolução do volume útil armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira utilizando: a previsão e projeções de vazões; vazão de extração para a estação elevatória Santa Inês (Q esi) de acordo com as regras condicionais estabelecidas pela resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925; vazão defluente (Q jusante) para as bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) igual à média praticada nos anos 2014 a 2016, para as estações seca e chuvosa; e aporte de interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, cuja vazão média é 5,13 m³/s. No cenário de precipitações pluviométricas na média climatológica, o reservatório estaria em 31 de dezembro de 2019 com 399 hm³, correspondente a 41% de sua capacidade, e no final da próxima estação chuvosa, em março de 2020, estaria com 609 hm³ (62%), aproximadamente. No cenário crítico, estes valores seriam, aproximadamente, 386 hm³ (39%)  para 31 de dezembro de 2019 e 566 hm³ (58%), para 31 de março de 2020.

Figura 5. Projeções da evolução do armazenamento do Sistema Cantareira para cinco diferentes cenários de precipitação: 50% (linha verde) e 25% (linha azul claro) abaixo da média climatológica, na média climatológica (linha preta), 25% acima da média climatológica (linha azul escuro) e cenário crítico (linha laranja). Nesta simulação considera-se a vazão média de aporte da interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul com média de 5,13 m³/s. A linha magenta mostra a evolução do armazenamento observado do Sistema Cantareira no período de abril/2018 a março/2019 e a linha vermelha de abril/2013 a março/2014. As faixas coloridas referem-se às faixas de operação do reservatório de acordo com a resolução conjunta da ANA/DAEE Nº 925.

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