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Situação Atual e Projeção Hidrológica para o Sistema Cantareira 04/11/2019

A precipitação média espacial, acumulada durante o período seco de 01 de abril a 30 de setembro de 2019, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as sub-bacias de captação do Sistema Cantareira (7 pluviômetros do DAEE/ SAISP [1] e 26 pluviômetros em operação do CEMADEN), foi de 344 mm (383 [1]mm), o que representa 88% (98%[1]) da média climatológica do período seco, compreendido entre abril a setembro (390 mm). Para o mês outubro de 2019, a precipitação média espacial foi de 29 mm (29[1] mm), o que representa 23% (24%[1]) da média climatológica para este mês (125 mm) (Figura 1). Ressalta-se que a menor precipitação para o mês de outubro do histórico desta bacia ocorreu em outubro de 1984, com apenas 25 mm.

[1] DAEE / SAISP: Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo / Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo.

Figura 1. Precipitação mensal na bacia do Sistema Cantareira (em mm) de acordo com os dados do CEMADEN. Ano hidrológico: outubro – setembro. MLT: média de longo termo.

A vazão média afluente ao Sistema Cantareira (Sistema Equivalente + Paiva Castro) de 01 de abril a 30 de setembro de 2019, de acordo com dados da SABESP[2] e da ANA[3] foi de 20 m3/s, 65% da vazão média para a estação chuvosa (31 m3/s). Para o mesmo período, a vazão média de extração total foi de 30 m³/s e a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 4,4 m³/s.

[2] SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo/Situação dos Mananciais.

[3] ANA: Agência Nacional de Águas.

Para o mês de outubro de 2019, a vazão média afluente foi 8,5 m3/s, o que representa 30% da vazão média mensal histórica (28 m3/s). Para o mesmo período, a extração média de água do Sistema Cantareira para o sistema elevatório Santa Inês (Qesi), que abastece a cidade de São Paulo, foi de 23,5 m3/s, e a vazão de jusante (Qjus) que contribui com a bacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (bacia PCJ) foi de 11,1 m³/s. Juntas, estas duas vazões representam a extração total do sistema Cantareira, que foi de 34,7 m³/s. Ainda no mês de outubro, a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 5,12 m³/s.

A transição para a estação chuvosa na maior parte da Região Sudeste começou nos últimos dias de outubro, embora ainda com precipitações muito inferiores à média da época. Nos próximos dias um sistema de baixa pressão irá incrementar as precipitações na região da bacia do Sistema Cantareira, conforme se mostra na Figura 2. As previsões (tendência) de chuva para a segunda semana, apresentadas na Figura 3, indicam que na bacia de captação do Sistema Cantareira, há previsão de acumulados pluviométricos expressivos, provavelmente superiores à média histórica da época. Esse fato indica o provável estabelecimento da estação chuvosa na região.

Figura 2. Previsão de precipitação acumulada em milímetros (mm) nos próximos 3 (esquerda) e 10 (direita) dias para a bacia de captação do Sistema Cantareira, segundo a previsão do modelo numérico GFS/NOAA. A área da bacia de captação do Sistema Cantareira é indicada no centro da figura com linha preta espessa.
Figura 3. Previsão de precipitação em milímetros (mm) acumulados (esquerda) e sua respectiva anomalia em relação aos valores climatológicos (direita) para a segunda semana de acordo com o modelo numérico americano GFS/NCEP/NOAA.

A figura 4 apresenta, além das vazões médias mensais observadas, as projeções de vazão média mensal afluente (em m³/s), usando a média dos membros de previsão de vazão para o período 05 a 14 de novembro de 2019, e cenários de precipitação para o período de 15 de novembro de 2019 a 31 de março de 2020. Foram considerados cinco diferentes cenários de precipitação: média climatológica, 25% acima da média climatológica, 25% e 50% abaixo da média climatológica e um cenário crítico de precipitações iguais às ocorridas entre novembro de 2013 a março de 2014. As simulações indicam que, considerando um cenário de chuva na média histórica, a vazão média no período de novembro de 2019 a março de 2020 seria 45 m3/s, o que representa 83% da média histórica desse período (54 m3/s). Ainda de acordo com esta simulação, no cenário crítico, a vazão para o mesmo período seria de, aproximadamente, 15 m³/s, representando 27% da vazão média histórica do período.

Figura 4. Cenários de vazão natural média mensal (em m³/s) afluente ao Sistema Cantareira (linhas tracejadas): precipitação 50% abaixo da média climatológica (verde); precipitação 25% abaixo da média climatológica (azul claro); na média climatológica (cinza); 25% acima da média climatológica (azul escuro); e cenário crítico (2013/2014) (laranja). As linhas espessas representam as vazões médias mensais observadas, de acordo com a SABESP: média histórica (preto); mínimos mensais (marrom); de abril de 2018 a março de 2019 (magenta); e de abril a outubro de 2019 (roxo).

A figura 5 apresenta as projeções da evolução do volume útil armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira utilizando: a previsão e projeções de vazões; vazão de extração para a estação elevatória Santa Inês (Q esi) de acordo com as regras condicionais estabelecidas pela resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925; vazão defluente (Q jusante) para as bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) igual à média praticada nos anos 2014 a 2016, para as estações seca e chuvosa; e aporte de interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, cuja vazão média é 5,13 m³/s. No cenário de precipitações pluviométricas na média climatológica, o reservatório estaria em 31 de dezembro de 2019 com 416 hm³, correspondente a 42% de sua capacidade, e no final da próxima estação chuvosa, em março de 2020, estaria com 637 hm³ (65%), aproximadamente. No cenário crítico, estes valores seriam 391 hm³ (40%) e 582 hm³ (59%), respectivamente.

Figura 5. Projeções da evolução do armazenamento do Sistema Cantareira para cinco diferentes cenários de precipitação: 50% (linha verde) e 25% (linha azul claro) abaixo da média climatológica, na média climatológica (linha preta), 25% acima da média climatológica (linha azul escuro) e cenário crítico (linha laranja). Nesta simulação considera-se a vazão média de aporte da interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul  com média de 5,13 m³/s. A linha magenta mostra a evolução do armazenamento observado do Sistema Cantareira no período de abril/2018 a março/2019 e a linha vermelha de abril/2013 a março/2014. As faixas coloridas referem-se às faixas de operação do reservatório de acordo com a resolução conjunta da ANA/DAEE Nº 925.

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