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Tornados e trombas d’água

A maior parte dos tornados tem origem em grandes nuvens de origem convectiva, denominadas supercélulas[i]. Essas formações são assim nomeadas por serem caracterizadas pela presença de células convectivas de grandes dimensões[ii]. A característica mais marcante desses sistemas está em seu notável desenvolvimento vertical (Figura 1), sendo que os topos das nuvens mais vigorosas podem atingir altitudes superiores a quinze mil metros, penetrando a tropopausa e a baixa estratosfera.

 

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Figura 1: Configuração de supercélula deflagradora de tornados no hemisfério sul do planeta.      Fonte: NSSL/NOAA – adaptado por (vi)

Os tornados são formados pela redução súbita na pressão em certos pontos desses sistemas convectivos, o que faz com que o ar passe a girar ao redor dos pontos onde a pressão é inferior[iii]. Devido à intensa rotação, ocorre a formação de um cone que descende das nuvens. Antes de tocar o solo, essa formação recebe o nome de nuvem funil. Após o contato com o chão, considera-se o evento como um tornado.

As trombas d’água consistem em tornados formados sobre grandes corpos d’água (grandes rios, represas, lagos, baías, mares ou oceanos). Devido a grande disponibilidade de calor latente armazenado em tais locais, estas formações podem surgir de nuvens não tão desenvolvidas verticalmente[iv]. Contudo, em decorrência da menor quantidade de energia envolvida em sua gênese, tais eventos costumam apresentar ventos menos intensos em relação aos registrados pelos tornados[v]. Mesmo assim, as trombas d’água podem representar perigo, sobretudo ao atingirem embarcações ou quando avançam às margens dos corpos d’água e passam a atuar em terra firme.

Embora possam ocorrer em qualquer ponto do país, alguns fatores climáticos/meteorológicos fazem com que certas áreas do Brasil apresentem riscos mais elevados de ocorrência destes fenômenos[vi]. Dentre os estados com maiores riscos de ocorrência de tornados e trombas d’água podemos destacar São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

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Citações:

[i] FUJITA, T. T. Tornadoes around the World. Weatherwise. Volume 26, Issue 2, p 56-83, 1973.

[ii] GRAZULIS, T.P. The tornado: nature’s ultimate windstorm. University of Oklahoma Press: Oklahoma, 2001.

[iii] LUTGENS, F.K.; TARBUCK, E.J. The Atmosphere. New Jersey, Prentice Hall,1998.

[iv] RENNÓ, N. O.; BLUESTEIN, H. B. A simple theory for waterspouts. Journal of Atmospheric Sciences. v.58, p.927-932, 2001.

[v] SNOW, J.T. and WYATT, A.L. The tornado, Nature’s most violent wind: Part 2- Formation and current research, Weather, 53(3), 66-72. 1998.

[vi] CANDIDO, D.H. Tornados e trombas-d`água no Brasil : modelo de risco e proposta de escala de avaliação de danos (tese de doutorado) Universidade de Campinas – Instituto de Geociências. 2012.

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