A Oficina realizada pelo Programa Capes Pró-Alertas-Cemaden/MCTIC abordou o tema “Riscos Hidrológicos e Desastres Naturais”, possibilitando o intercâmbio entre pesquisadores, tecnologistas e analistas do Cemaden com os pesquisadores de instituições acadêmicas nacionais.
Com o objetivo de discutir os avanços tecnológicos, problemas e vulnerabilidade em áreas de riscos às inundações – com base no foco e marcos de leis e regulamentações vigentes, como a Lei 9.433 (Sistema Nacional de Recursos Hídricos), e a Lei 11.445 (Lei de Saneamento Básico e Águas Urbanas) – o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, realizou a Oficina “Capes Pró-Alertas – Cemaden/MCTIC: Riscos Hidrológicos e Desastres Naturais”, nesta semana (12 a 14), na sala do Parque Tecnológico em São José dos Campos (SP).
Na programação, palestrantes da área de Hidrologia do Cemaden e das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Alagoas (UFAL) e da Universidade de São Paulo (USP) debateram sobre os riscos hidrológicos e desastres naturais, abordando aspectos sobre modelagem, riscos e impactos econômicos, manejo sustentável da água, entre outros.
O coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, hidrólogo Eduardo Mario Mendiondo, explica que a pesquisa de Hidrologia aplicada a desastres naturais é considerada uma área praticamente nova. Por isso, destaca a importância das discussões científicas entre o Cemaden e as instituições de ensino superior : “Incorporar os estudos interdisciplinares e a base de dados do Cemaden sobre alerta de riscos hidrológicos, com as pesquisas das IES do Programa Pró-Alertas permitem ampliar as discussões sobre vulnerabilidades e riscos hidrológicos. Isso contribuirá, também, para o aprimoramento da emissão de alertas hidrológicos pelo Cemaden.”, afirma Mendiondo.
Um dos palestrantes da oficina, Prof. Masato Kobiyama, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, afirma sobre a importância da cooperação técnica-científica entre o Cemaden e as universidades de diversas regiões. “Pela extensão territorial do país e as complexidades regionais, a oportunidade de intercâmbio científico de cada instituição permite ampliar os conhecimentos sobre os desastres hidrológicos e o gerenciamento hídrico”.
Pesquisas do Pró-Alertas
O Pró-Alertas foi concebido em 2014 para ser executado pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com apoio do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em especial pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Estão sendo desenvolvidas pesquisas em cinco projetos: “Integração de veículos autônomos e redes de sensores para aquisição de dados remotos para prevenção e mitigação de desastres naturais”; “Mapeamento em Subsuperfície do Aquífero Guarani”; “Análise e Previsão dos Fenômenos Hidrometeorológicos Intensos do Leste do Nordeste Brasileiro”, “Modelos de apoio à decisão para logística humanitária em preparação e resposta a desastres naturais”; “Alerta CEPED-USP”.
No Brasil, existem mais de 4.000 áreas de riscos de inundações que afetam comunidades vulneráveis. O Cemaden, desde sua criação em 2011, desenvolve tecnologia de monitoramento e de alertas de áreas de riscos geo-hidrológicos, além de desenvolver pesquisas relacionadas a vulnerabilidades e riscos de desastres naturais, como inundações, enxurradas e movimento de massa ou deslizamentos.