Convidado pelo Conselho de Ciências do Japão e indicado pela Academia Brasileira de Ciências, o pesquisador e climatologista, José Marengo, do Cemaden/MCTI, participou do Encontro Global das Academias de Ciências 2016, no Japão, que debateu as quatro prioridades do Protocolo de Sendai para a redução de riscos de desastres e a construção de cidades resilientes. O documento final do Encontro (englobando vários temas científicos) será entregue pelas academias científicas aos líderes mundiais, no mês de maio, no Japão, durante a reunião dos países do G-8.
Apresentando as experiências do Brasil sobre a gestão de risco de desastres naturais, o pesquisador e climatologista José Marengo – Chefe da Divisão de Pesquisas e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – participou em Tóquio (Japão), entre os dias 17 e 19 de fevereiro, do Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Marengo participou do Grupo de Trabalho sobre Risco de Desastres, apresentando as experiências do Cemaden nas áreas de monitoramento, alertas e pesquisas sobre gestão de risco de desastres no Brasil. Foram discutidas as quatro prioridades definidas pelo Protocolo de Sendai para 2015-2020, abordando a situação atual e as metas para a redução do risco de desastres naturais e para a construção de sociedades resilientes.
Encontro Global das Academias de Ciências em 2016
Organizado pelo Conselho de Ciências do Japão, sigla em inglês- SCJ (Science Council of Japan), o evento deste ano teve a participação das academias de ciências de sete países: Brasil, Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Coreia, África do Sul e Turquia, além de representantes de vários setores da ciência e tecnologia do Japão.
Além do pesquisador José Marengo, Robert Lent, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também participou do referido Encontro Global das Academias de Ciências 2016.
Em 2016, os temas abordados foram: “Ciência do cérebro e saúde mental”; “Redução do risco de desastres naturais para o desenvolvimento sustentável” e “Desenvolvimento científico para todos – nutrindo bons cientistas para o futuro”. É a segunda vez que o Japão sedia o evento, que reúne cientistas e especialistas do mundo inteiro no Encontro Global das Academias de Ciências. Esse evento já foi realizado no Japão em 2008.
“Esta foi uma oportunidade de colaborar e interagir com especialistas em vários temas, entre eles o de desastres naturais.”, afirma José Marengo. Como resultado do encontro, elaborou-se uma declaração conjunta, a ser assinada pelos presidentes das academias de ciências que participaram do evento.
Os representantes das academias foram convocados para finalizarem, nos dias 19 e 22 de fevereiro, o texto a ser entregue aos representantes de seus países.
O documento que será firmado, em conjunto, pelas academias científicas, será entregue aos líderes mundiais, durante a reunião dos países do G8, que ocorrerá no Japão, em maio deste ano. A sigla G-8 corresponde ao grupo dos 8 países mais industrializados e influentes do mundo. Fazem parte: os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia.
Desde 2005, as academias de ciências do G8 e de outros países se reúnem, anualmente, para discutir desafios globais e propor recomendações políticas aos líderes de suas nações.
Protocolo de Sendai 2015-2020
Aprovada na Terceira Conferência Mundial sobre a Redução do Risco de Desastres, realizado em março de 2015, em Sendai, Japão, os países firmaram o Protocolo de Sendai, para ações no período de 2015 a 2020, definindo as quatro prioridades de ação focada nos âmbitos intra – e intersetorial, promovida pelos países em níveis local, nacional, regional e global. Foram definidas as seguintes prioridades de ações :
Prioridade 1: Compreensão sobre a redução de risco de desastres
Prioridade 2: Fortalecimento da governança e gerenciamento do risco de desastres
Prioridade 3: Investir na redução de risco de desastres visando sociedades mais resilientes aos desastres
Prioridade 4: Melhoria na preparação com vistas à respostas mais efetivas para reconstrução, recuperação (Build Back Better) e reabilitação de áreas afetadas por desastres.