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Pesquisadores apontam cenários de chuvas extremas e aumento de deslizamentos na Bacia do Paraitinga, nos próximos 30 anos

Um estudo realizado por pesquisadores da Unitau, Unesp e Cemaden analisa o uso e ocupação de solo na região da Bacia Hidrográfica do Paraitinga (localizada no estado de São Paulo) e, por simulação climática das precipitações, mostra os cenários futuros de chuvas intensas e muito intensas, que desencadearão maiores perigos climáticos, entre eles, o aumento de deslizamentos nessa região.

O artigo científico intitulado “Cenário futuro (2021-2050) dos extremos de precipitações que desencadeiam deslizamentos de massa – estudo de caso da bacia do Rio Paraitinga (SP- Brasil)”, publicado, neste mês, na Revista Ambiente e Água, compara dados do período passado (1971-2000) e futuro (2021-2050), apontando cenários futuros de aumento de 13,3% de dias consecutivos secos, seguidos de um aumento de 194,3% de chuvas concentradas intensas e muito intensas. Aponta, ainda, um aumento de 31,8% nas precipitações acumuladas de três dias, que desencadearão movimentos de massa.  Isso representa um acréscimo de 41,6% (até 2050) nas áreas de média e alta frequência de incidência de deslizamentos nos municípios de Paraibuna e São Luiz do Paraitinga, localizados na região paulista da Serra do Mar.

Os estudos são de autoria dos pesquisadores: Rodrigo Cesar da Silva, da Universidade de Taubaté (Unitau); Rodolfo Moreda Mendes, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – e do pesquisador Gilberto Fisch (da Unitau). O trabalho científico foi realizado dentro do Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e Cemaden (Unesp-Cemaden).

“A incidência de movimentos de massa está condicionada à associação de diversos fatores ambientais e humanos, como o uso e ocupação do solo, características geomorfológicas e aspectos climáticos extremos.”, explica o pesquisador do Cemaden, Rodolfo Mendes e destaca: “As análises e simulação neste estudo, aplicaram a precipitação acumulada de 72 horas, utilizada como limiar crítico operacional para o desencadeamento de deslizamentos, adotada no âmbito do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) no estado de São Paulo.”

O estudo científico na íntegra está disponibilizado no link :

 http://www.ambi-agua.net/seer/index.php/ambi-agua/article/view/2284

Fonte: Ascom/Cemaden

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