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Relatório de monitoramento da qualidade do ar no Acre aponta poluição no sudoeste da Amazônia

Dados divulgados no Relatório Executivo de Monitoramento da Qualidade do Ar em 2019 no Estado do Acre, publicado neste mês (abril de 2020), apontam que o estado teve, em média, 21 dias acima do limite diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a concentração de material particulado (PM), ou seja, partículas poluentes do ar. Na Amazônia, a principal poluição do ar é originada pelas queimadas para limpeza de áreas recém desmatadas, ou reforma de pastagens e áreas de agricultura anual.

Os estudos foram coordenados pelo pesquisador Antonio Willian Flores de Melo, da Universidade Federal do Acre, em parceria com diversas instituições de pesquisas, órgãos públicos e prefeituras.Essa pesquisa tem a participação da pesquisadora Liana Anderson, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), integrante do grupo de cientistas que elaborou o relatório.

Com base nos dados de 30 sensores instalados em 22 municípios do Estado do Acre para o monitoramento da qualidade do ar, durante o período de junho a dezembro de 2019, pesquisadores estimaram que houve uma alta exposição da população do sudoeste da Amazônia com partículas poluentes do ar.  Os problemas à saúde humana decorrentes das queimadas afetam, principalmente, o sistema respiratório, entre outras  doenças provocadas pela poluição do ar.

“A origem do material particulado é de queimadas e incêndios florestais, que ocorreram não só localmente,  mas em toda Amazônia.”, afirma a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson. “ Os estudos possibilitam prever  que, neste ano, associado ao aumento já observado de queimadas e desmatamentos, possa também ocorrer um esgotamento do sistema de saúde regional, mais preocupante com a crise instalada pela pandemia do coronavírus.”, finaliza a pesquisadora.

No relatório, foram quantificados os dias em que a qualidade do ar violou os padrões estabelecidos pela OMS, em cada um dos 22 municípios monitorados no Acre. Nos próximos meses, serão analisados dados de internações hospitalares, a fim de avaliar os impactos que a exposição do material particulado causou na população acreana e elaborar um novo relatório.

O Relatório Executivo de Monitoramento da Qualidade do ar em 2019 no Estado do Acre está disponibilizado na plataforma do Research Gate, no endereço: https://www.researchgate.net/publication/340540446_Monitoramento_da_qualidade_do_ar_em_2019_no_Estado_do_Acre

Fonte: Ascom/Cemaden

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