A precipitação média espacial, acumulada durante o período seco de 01 de abril a 30 de setembro de 2019, baseado nas redes pluviométricas cobrindo as sub-bacias de captação do Sistema Cantareira (7 pluviômetros do DAEE/ SAISP [1] e 26 pluviômetros em operação do CEMADEN), foi de 344 mm (383 [1]mm), o que representa 88% (98%[1]) da média climatológica do período seco, compreendido entre abril a setembro (390 mm). Para o mês setembro de 2019, a precipitação média espacial foi de 51 mm (54[1] mm), o que representa 59% (62%[1]) da média climatológica para este mês (87 mm) (Figura 1).
[1] DAEE / SAISP: Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo / Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo.
A vazão média afluente ao Sistema Cantareira (Sistema Equivalente + Paiva Castro) de 01 de abril a 30 de setembro de 2019, de acordo com dados da SABESP[2] e da ANA[3] foi de 20 m3/s, 65% da vazão média para a estação seca (31 m3/s). Para o mesmo período, a vazão média de extração total foi de 30 m³/s e a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 4,4 m³/s.
[2] SABESP: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo/Situação dos Mananciais.
[3] ANA: Agência Nacional de Águas.
Para o mês de setembro de 2019, a vazão média afluente foi 12,7 m3/s, o que representa 52% da vazão média mensal histórica (24 m3/s). Para o mesmo período, a extração média de água do Sistema Cantareira para o sistema elevatório Santa Inês (Qesi), que abastece a cidade de São Paulo, foi de 22,6 m3/s, e a vazão de jusante (Qjus) que contribui com a bacia dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (bacia PCJ) foi de 9,3 m³/s. Juntas, estas duas vazões representam a extração total do sistema Cantareira, que foi de 31,9 m³/s. Ainda no mês de setembro, a vazão média de interligação com o Sistema Paraíba do Sul foi de 6,9 m³/s.
Nos próximos dias uma frente fria irá provocar precipitações na região, com valores ligeiramente superiores à média da época (Figura 2). Contudo, na Figura 3 presentam-se as previsões (tendência) de chuva para a segunda semana, onde, na bacia de captação do Sistema Cantareira, não há previsão de acumulados pluviométricos expressivos. Esse fato indica que ainda não é iminente o início da estação chuvosa, cuja transição ocorre normalmente durante o mês de outubro.
A figura 4 apresenta, além das vazões médias mensais observadas, as projeções de vazão média mensal afluente (em m³/s), usando a média dos membros de previsão de vazão para o período 08 a 17 de outubro de 2019, e cenários de precipitação para o período de 18 de outubro de 2019 a 31 de março de 2020. Foram considerados cinco diferentes cenários de precipitação: média climatológica, 25% acima da média climatológica, 25% e 50% abaixo da média climatológica e um cenário crítico de precipitações iguais às ocorridas entre outubro de 2013 a março de 2014. As simulações indicam que, considerando um cenário de chuva na média histórica, a vazão média no período de outubro de 2019 a março de 2020 seria 46 m3/s, o que representa 92% da média histórica desse período (49 m3/s). Ainda de acordo com esta simulação, no cenário crítico, a vazão para o mesmo período seria de, aproximadamente, 13 m³/s, representando 27% da vazão média histórica do período.
A figura 5 apresenta as projeções da evolução do volume útil armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira utilizando: a previsão e projeções de vazões; vazão de extração para a estação elevatória Santa Inês (Q esi) de acordo com as regras condicionais estabelecidas pela resolução conjunta ANA/DAEE Nº 925; vazão defluente (Q jusante) para as bacias do PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) igual à média praticada nos anos 2014 a 2016, para as estações seca e chuvosa; e aporte de interligação com a bacia do Rio Paraíba do Sul, cuja vazão média é 6,8 m³/s para o mês de outubro, igual a zero para novembro e dezembro de 2019 e média de 5,13 m³/s para o período entre janeiro a março de 2020, de acordo com a nota técnica MAR 016/2019 da Sabesp (comunicação interna). No cenário de precipitações pluviométricas na média climatológica, o reservatório estaria em 31 de dezembro de 2019 com 458 hm³, correspondente a 47% de sua capacidade, e no final da próxima estação chuvosa, em março de 2020, estaria com 701 hm³ (71%), aproximadamente. No cenário crítico, estes valores seriam 322 hm³ (33%) e 274 hm³ (28%), respectivamente.